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Revista do ano: Fevereiro

Fevereiro começa com o BdP a querer avaliar a exposição do BES ao Grupo Espírito Santo. Ricardo Salgado diz-se “óptimo” para continuar na liderança do BES, mas concede palco, de forma inédita, ao seu primo Ricciardi. António Costa desafia o governo e aplica semana laboral de 35 horas na câmara de Lisboa. O mês termina com a avaliação positiva da troika ao programa de ajustamento português.

Miguel Baltazar/Negócios
12 de Dezembro de 2014 às 08:00
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Acontecimentos Nacionais

 

3 de Fevereiro José Honório abandona liderança da Portucel

 

A papeleira anunciou que o CEO José Honório renunciava a este cargo, que mantinha desde Junho de 2004, e também à liderança da "holding" que a controla, a Semapa, alegando motivos pessoais. "Foi um período de longa colaboração, com desempenho e resultados merecedores de um profundo reconhecimento por parte desta administração", referiu a empresa num comunicado.

 

4 de Fevereiro Banco de Portugal fiscaliza contas dos grandes clientes da banca

 

O regulador decidiu passar a pente fino, no último trimestre de 2013, a contabilidade de parte dos maiores clientes da banca nacional, tentando assim determinar a real capacidade destes clientes para pagar os empréstimos contraídos e perceber se a avaliação dos activos utilizados como garantias desses créditos é realista.

 

Entre estes clientes estava a Espírito Santo Internacional (ESI), que no final do Verão de 2013 lançara um programa de venda de activos e abertura de capital de sociedades, nomeadamente da ES Saúde e da RioForte.

 

Volvidos menos de 12 meses, percebe-se agora que a situação da área não financeira do Grupo Espírito Santo (GES) era preocupante. O supervisor pretendia, portanto, perceber se a exposição do BES ao GES estava devidamente contabilizada, especialmente levando em linha de conta a situação da área não financeira do grupo.

 

6 de Fevereiro Pedro Reis confirma que abandonará em breve liderança da AICEP

Reis garantiu que não aceitou renovar o mandato à frente da AICEP por considerar que sua a missão de apoiar o sector exportador nacional estava "cumprida". Foi também noticiado que Pedro Reis poderia vir a assumir a liderança do Banco de Fomento.

 

6 de Fevereiro António Costa aplica 35 horas na câmara de Lisboa

O autarca lisboeta desafiou o Governo e assinou acordos com dois sindicatos para a manutenção da jornada laboral semanal de 35 horas para os funcionários da autarquia lisboeta. Costa garantia nesse dia que o novo horário "já está em vigor e pode ser praticado".

 

A decisão unilateral de António Costa desafiava ainda o entendimento da Direcção-geral da Administração e Emprego Público (DGAEP), para quem deve ser o Executivo a outorgar este tipo de acordos para que os mesmos sejam considerados válidos.

 

Apesar das disputas sobre se a autarquia lisboeta tem ou não autonomia para adoptar esta decisão, na prática os funcionários da câmara de Lisboa estão, desde essa altura, a trabalhar as referidas 35 horas semanais.

 

12 de Fevereiro António Mosquito injecta 70 milhões de euros na Soares da Costa

A assembleia-geral da construtora Soares da Costa aprovaria neste dia um aumento de capital no valor de 70 milhões de euros, a que se seguiria a subscrição e transferência de fundos por parte do empresário angolano António Mosquito. Com esta operação, Mosquito passou a deter, através da GAL Holdings, 66,7% do capital social da Soares da Costa, ficando os restantes 33,3% na posse de Manuel Fino.

 

13 de Fevereiro Salgado abre porta a saída prematura em dia de tensão entre os primos Espírito Santo

Na conferência de imprensa do dia escolhido para anunciar que o BES havia registado prejuízos de 517,6 milhões de euros no exercício de 2013, Ricardo Salgado acabaria por finalmente falar sobre a sua sucessão garantindo sentir-se "óptimo" para continuar a liderar o banco.  

 

Salgado garantiu que "não vou falar sobre a sucessão", mas chegado o momento da apresentação das contas do BESI, liderado pelo seu primo José Maria Ricciardi, Salgado, no que configurou um gesto até à data inédito, cedeu o protagonismo que habitualmente monopolizava: "Talvez o Zé Maria queira comentar", concedeu Ricardo Salgado.

 

Questionado sobre as declarações do seu primo Ricardo Abecassis Espírito Santo, que afastara a possibilidade de realização de um aumento de capital no BES, Salgado foi cáustico: "É um excelente banqueiro mas no Brasil estamos em período de férias, entre o Natal e o Carnaval, e ele está um bocadinho distraído em relação a esse assunto da capitalização".

 

Com base na apresentação dos resultados do BES em 2013, o Negócios noticiaria a 27 de Fevereiro que o Estado angolano tinha concedido uma garantia soberana ao Banco Espírito Santo Angola (BESA). Esta garantia serviria para avalizar os créditos concedidos a empresários angolanos que operam em áreas da economia vistas como estratégicas pelo governo de Angola.

 

17 de Fevereiro Dinheiro da troika para a banca retido até aos exames do BCE

O Governo liderado pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho decidiu que os cerca de 6 mil milhões de euros restantes do apoio financeiro da troika para o sector da banca seriam guardados até à concretização dos testes de stress levados a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE). Para o Executivo nacional, este montante ainda por utilizar deveria ficar consignado para a eventualidade de algum banco, na decorrência da análise do BCE, necessitar de apoio adicional do Estado português.

 

21 de Fevereiro XXXV Congresso do PSD muda de tom

Depois da reeleição de Pedro Passos Coelho como líder do PSD nas directas de Janeiro, o partido mudaria de tom no Congresso que se seguiu. A mensagem foi então a de que os tempos mais difíceis tinham terminado e que era chegada a hora de olhar para as pessoas. O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho admitia que apesar de a economia nacional ter melhorado, "pagou-se um preço elevado" e anunciava como objectivo para o futuro o de "crescer, gerar o emprego necessário e corrigir as profundas injustiças que permanecem em Portugal".

 

No encontro dos sociais-democratas, que se prolongou até 23 de Fevereiro, os militantes do PSD puderam também assistir à recuperação de Miguel Relvas, que já havia abandonada a pasta ministerial, e também ao discurso mais marcante do fim-de-semana cujo orador foi o professor Marcelo Rebelo de Sousa.

 

O primeiro-ministro aproveitaria ainda para colocar em cima da mesa o tema da revisão constitucional, argumentando que "a nossa democracia não pode ser estática"

 

28 de Fevereiro Portugal recebe nota positiva na 11ª avaliação da troika

Aquela que foi a penúltima avaliação periódica da troika à execução do programa de assistência económica e financeira a Portugal durou pouco mais de uma semana e correu de forma positiva para o Estado português.

 

O vice-primeiro-ministro Paulo Portas foi o governante encarregue de comunicar que "Portugal termina de forma positiva a 11ª avaliação". Das questões discutidas entre o Executivo nacional e os três membros da troika, o destaque foi para a flexibilização salarial, os cortes nas pensões e para as questões relacionadas com a efectivação da designada de Reforma do Estado.

 

Os elementos que compunham a tríade defendiam, à chegada a Portugal no dia 20 de Fevereiro, novos cortes salariais, tanto no sector público como no sector privado.

 

Há gente na RTP que não trabalha puto. 
 
Alberto da Ponte, presidente da RTP

 

Acontecimentos Internacionais

 

3 de Fevereiro Janet Yellen toma posse como presidente da Reserva Federal norte-americana

Depois de ter sido eleita com a menor maioria em toda a história da instituição, substituindo no cargo Ben Bernanke, Janet Yellen deixou a afirmou, na sua tomada de posse, a vontade de devolver ao banco central uma situação financeira menos exuberante.

 

Numa declaração datada do final do mês de Fevereiro, Yellen assumiria que a política expansionista conduzida pela Reserva Federal seria para prosseguir ao longo do seu mandato, isto apesar de a autoridade continuar a reduzir o montante das compras mensais de activos. O mandato da nova líder da Fed termina em 2018.

 

9 de Fevereiro Suíça vota a favor de imposição de barreiras à imigração de cidadãos da União Europeia

Num dos referendos mais participados de sempre, a proposta de "acabar com a imigração em massa" alcançou 50,3% dos votos. A Suíça passou assim a poder impor quotas anuais para a atribuição de residência a cidadãos oriundos dos 28 membros da UE.

 

O resultado do referendo suíço provocou preocupação por parte dos países europeus e das instituições europeias, uma vez que a Suíça é um dos países extracomunitários que aderiu ao Espaço Schengen. Nesse mesmo dia, a Comissão Europeia anunciou que iria "avaliar as repercussões desta iniciativa nas relações entre a UE e a Suíça".

 

O voto favorável da restrição à imigração na Suiça veio acalentar os ventos extremistas e anti-imigração que sopram um pouco por toda a Europa e dar maior força aos partidos anti-imigração.

 

17 de Fevereiro Presidente italiano pede a Renzi para formar governo

Depois de em Dezembro ter sido eleito secretário-geral do Partido Democratico (PD), o então autarca de Florença concentrou esforços no objectivo de substituir o companheiro de partido Enrico Letta na chefia do governo italiano. Renzi defendia então a urgência de "sair do pântano com um projecto radical" e viria a alcançar, em Fevereiro, largo apoio do PD para o seu projecto alternativo de governo. "A bateria do Governo está descarregada e devemos decidir se a recarregamos ou se a substituímos", sustentava então Renzi.

 

Depois de um duro braço-de-ferro entre os dois homens do PD, Renzi veria consumado o sucesso da sua estratégia quando a 17 de Fevereiro, já depois da demissão de Letta, o presidente Giorgio Napolitano encarrega o jovem político de 39 anos de formar governo.

 

22 de Fevereiro Presidente da Ucrânia é destituído pelo parlamento que nomeia presidente interino

Ao cabo de mais de dois meses de manifestações, na praça da Independência de Kiev, contra a aproximação da Ucrânia a Moscovo e do consequente afastamento face a Bruxelas, o presidente pró-russo Viktor Yanukovich foi deposto.

 

Esta data marcou de forma simbólica o início de uma crise sem fim à vista. Moscovo apressou-se a dizer que não reconhecia o novo poder ucraniano, argumentando que a destituição de Yanukovich era inconstitucional. Daí até aos movimentos independentistas na península da Crimeia foi um passo, com rebeldes pró-russos e as forças leais a Kiev a confrontarem-se.

 

Já a 27 de Fevereiro, as novas autoridades ucranianas, com mandato temporário, solicitaram apoio ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O Executivo provisório referia necessidades imediatas de capital no montante de 25 mil milhões de euros de forma a evitar a bancarrota.

 

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