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Há seis anos que exportações líquidas não prejudicavam tanto o PIB

A procura externa líquida deu um contributo negativo de 1,6 pontos percentuais à evolução do produto interno bruto (PIB). Desde o primeiro trimestre de 2008, que o comércio internacional não prejudicava tanto a economia.

Sofia A. Henriques/Negócios
09 de Junho de 2014 às 13:57
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Segundo os dados das Contas Nacionais, publicados esta segunda-feira, 9 de Abril, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o PIB português avançou 1,3% entre Janeiro e Março de 2014, em comparação com os primeiros três meses do ano passado. Uma variação conseguida através de um crescimento da procura interna que mais que compensou a quebra da procura externa líquida (exportações menos importações).

 

Enquanto a procura interna contribuiu com 2,8 pontos percentuais para o crescimento do PIB, a procura externa deu um contributo negativo de 1,6 pontos. É preciso recuar seis anos para encontrar um valor tão negativo para este indicador. Nos primeiros três meses de 2008, a diferença entre exportações e importações prejudicou em 1,9 pontos o PIB desse trimestre.

 

No arranque de 2014, as exportações cresceram 4,3% (9,1% no trimestre anterior), enquanto as importações avançaram 8,5% (6,4% no trimestre anterior). A variação desapontante das saídas de bens no início deste ano tem sido já muito discutida, atribuída ao encerramento para manutenção da unidade de refinação da Galp. Os dados de exportações para Abril – que estão fora das Contas Nacionais do primeiro trimestre – confirmam o arrefecimento das exportações. Ao mesmo tempo, a recuperação do consumo e do investimento está a puxar as importações.

 

São necessários mais alguns meses para perceber se este contributo negativo da procura externa líquida se prolongará ao longo do ano ou se ficou, de facto, a dever-se apenas ao encerramento da refinaria. Uma economia em que a procura interna ajuda o crescimento e o comércio internacional o prejudica é precisamente aquilo que o Governo e a troika sempre criticaram, exigindo uma transformação estrutural que reorientasse a estrutura económica para as vendas ao exterior.

 

Em grande medida graças à contracção do consumo, isso foi conseguido durante todo o período do programa de ajustamento, permitindo uma correcção significativa do défice externo. Uma inversão no final do programa, seria um sinal muito negativo sobre o impacto programa na economia portuguesa.

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