Os números publicados hoje, 10 de Novembro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que as exportações cresceram, mas voltaram a ser ultrapassadas pelas importações. Uma tendência que tem sido regra desde o início deste ano.

Entre Janeiro e Setembro deste ano, Portugal vendeu ao exterior 35.679 milhões de euros em bens. No mesmo período, comprou 43.595 milhões. Feitas as contas, as nossas empresas importaram mais 7.916 milhões de euros, o que se traduz num agravamento de 1.111 milhões face ao que se observava em igual período do ano passado.

A degradação do saldo comercial português tem sido provocada por dois movimentos simultâneos: um arrefecimento das taxas de crescimento das exportações; e, principalmente, uma aceleração das importações, empurradas por um consumo privado mais vibrante e uma reanimação das exportações.

A redução do défice comercial – principalmente componente do saldo externo – tinha sido elogiada como uma das principais conquistas do programa de ajustamento da troika e do actual Governo. Essa melhoria mostrava um país mais equilibrado face ao exterior. Uma transformação importante, uma vez que essa era uma das principais fragilidades estruturais da economia portuguesa.

Exportações crescem 3,7% em Setembro

A mesma publicação revelou que as exportações cresceram 3,7% em Setembro, enquanto as importações avançaram 5,6%, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Os números do INE mostram que foi o comércio com outros Estados-membros da União Europeia foi o que mais contribuiu para a variação homóloga das exportações, em especial a venda de metais comuns, produtos agrícolas e plásticos, assim como borrachas. Quanto às entradas, as compras a países da UE foram também as responsáveis pelo crescimento, com destaque para veículos e outro material de transporte, combustíveis minerais e máquinas e aparelhos.