Os indicadores de confiança na economia portuguesa estão em alta, tendo atingido novos máximos no mês de Outubro, de acordo com os inquéritos de conjuntura às empresas e aos consumidores revelados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O indicador de confiança dos consumidores aumentou ligeiramente em Outubro para -22,2, contra -23,2 em Setembro. Segundo o INE, este índice atingiu valor mais elevado desde Maio de 2002 e prolongando a acentuada tendência ascendente observada desde o início de 2013. Em Setembro este indicador estava em máximos desde 2008.

Segundo o INE, a recuperação da confiança das famílias portuguesas nos dois últimos meses ficou a dever-se "ao contributo positivo das expectativas sobre a evolução da situação financeira do agregado familiar e da situação económica do país e, em menor grau, das perspectivas de evolução da poupança".

Já as expectativas relativas à evolução do desemprego evoluíram de forma desfavorável, impedindo uma recuperação mais forte no indicador de confiança.

Em Agosto a confiança das famílias portuguesas tinha registado um forte tombo, interrompendo a tendência de recuperação dos últimos meses. Esta deterioração das expectativas coincidiu com o colapso do BES, que gerou apreensão nos portugueses.

Já o máximo de 12 anos foi fixado no mês em que Governo apresentou a proposta de Orçamento do Estado, que devolve parte dos cortes dos salários dos funcionários públicos e atenua os cortes nas pensões.

Confiança dos empresários estabiliza

Já a confiança dos empresários portugueses, que é medida pelo indicador de clima económico, estabilizou em Outubro pelo segundo mês consecutivo no valor máximo desde Julho de 2008. O INE nota que este indicador suspendeu o perfil crescente iniciado em Janeiro de 2013.

O indicador de confiança aumentou na indústria transformadora pelo quarto mês consecutivo, fixando um máximo desde Agosto de 2008. Na construção e obras públicas a confiança também aumentou, devido sobretudo à carteira de encomendas, enquanto no comércio a subida ficou a dever-se sobretudo ao contributo positivo das perspectivas de actividade.

O sector dos serviços foi o único onde se denotou uma queda de confiança, a segunda consecutiva, devido ao agravamento das apreciações sobre a evolução da carteira de encomendas e sobre a actividade da empresa.