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Economia desilude no segundo trimestre

Apesar de ter acelerado, o PIB de Abril a Junho desiludiu face às previsões. As exportações não melhoraram tanto quanto o esperado e o investimento cresceu menos. A economia terá de acelerar para que a meta do Governo seja cumprida.

Pedro Elias/Negócios
Tiago Varzim tiagovarzim@negocios.pt 15 de Agosto de 2018 às 22:00

No segundo trimestre, o PIB português voltou a desiludir os analistas, tal como tinha acontecido no primeiro trimestre. Se de Janeiro a Março o problema foi ter desacelerado mais do que o previsto, de Abril a Junho a questão foi não ter acelerado tanto quanto o esperado. A maior parte das previsões apontava para o intervalo entre 2,4% e 2,6%, mas a economia cresceu 2,3%.

O mais optimista foi o ISEG que apontava para um crescimento de 2,6%. A previsão apontava para uma aceleração do investimento e das exportações - o que não aconteceu - que levaria o crescimento em cadeia para 0,8%. Foi de 0,5%.

Até o habitualmente mais crítico da estratégia económica do Governo, o Fórum Para a Competitividade, admitia um crescimento de 2,5%. Já a Católica era mais cautelosa, apontando para 2,4% fruto do investimento e das exportações. Contudo, na realidade, o contributo dessas componentes manteve-se igual ou piorou, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), tendo sido o consumo privado a puxar pela economia portuguesa.

As diferenças são décimas, mas podem fazer diferença para que a meta anual do Governo de 2,3% seja alcançada. Pelas contas do Negócios, o PIB em cadeia tem de acelerar no segundo semestre, caso contrário a meta de Mário Centeno não é atingida. Com a sombra da guerra comercial dos EUA a pairar sobre a União Europeia, poderá ser difícil que a economia acelere mais na segunda metade de 2018.

Em reacção, o Ministério das Finanças mostrou confiança: "Esta estimativa está alinhada com as expectativas traçadas pelo Governo". Assim como a equipa de analistas do BPI, que acertou na previsão, que para os trimestres seguintes antecipa que o "ritmo de crescimento em cadeia permaneça semelhante ao do segundo trimestre de 2018, reflectindo expectativas positivas para a evolução da actividade exportadora e para o consumo privado, dado o bom momento registado no mercado de trabalho".

Os dados em cadeia são sinais positivos: o contributo negativo da procura externa líquida (exportações descontadas das importações) foi menor no segundo trimestre face ao primeiro. Por outro lado, apesar de se temer alguma desaceleração na criação de emprego, os números mostram que o mercado de trabalho português continua a melhorar a passos largos, tendo a taxa de desemprego caído para mínimos de 14 anos no segundo trimestre.

A 31 de Agosto o INE pode rever o PIB quando publicar os dados completos do segundo trimestre.


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