Notícia
Dos países intervencionados só Portugal vai crescer abaixo da média da Zona Euro em 2015
Os três países objecto de programa de assistência económica e financeira deverão crescer 1,17% em 2014 e 2,47% em 2015, registo acima da média da Zona Euro considerando o mesmo período. Já Portugal crescerá o mesmo que a Zona Euro este ano e menos no próximo.
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Apesar de as estimativas de Primavera da Comissão Europeia, divulgadas esta segunda-feira, mostrarem que Portugal deverá expandir o Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 e 2015, esse crescimento será igual ao previsto para a Zona Euro, este ano, mas inferior em 2015.
O avanço de 1,2% do produto português em 2014 é o mesmo previsto para a Zona Euro, enquanto o crescimento de 1,5% estimado para 2015 fica duas casas decimais aquém dos 1,7% estimados para a economia do euro.
Mas enquanto a Grécia deve crescer menos (0,6%) que a Zona Euro em 2014, em 2015 o avanço da economia de 2,9% permitirá superar a média da economia do euro. Já a Irlanda, com 1,7% e 3,0% de crescimento em 2014 e 2015, respectivamente, deverá ultrapassar a taxa de crescimento do conjunto dos países do euro nos dois anos.
Todavia, apesar de Portugal se encaminhar para o término, no final do mês, do período de assistência financeira, tendo o primeiro-ministro anunciado, este domingo, a opção pela saída limpa, ou seja, sem recurso a uma rede de apoio cautelar, a previsão de crescimento da Comissão mostra que em 2015 Portugal estará atrás dos ritmos de crescimento dos parceiros resgatados. Só o Chipre fará pior, com um crescimento inferior a 1%.
Analisando em conjunto os três países alvo de intervenção financeira externa, percebe-se que Portugal, Irlanda e Grécia deverão conseguir crescer a um ritmo superior ao do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da média da Zona Euro este ano e em 2015.
A estimativa da Comissão Europeia mostra que os três países, considerados em conjunto, deverão atingir um crescimento médio do PIB de 1,17% em 2014 e de 2,47% em 2015, enquanto a média da Zona Euro se queda por uma expansão de 1,2% e 1,7%. Para a instituição ainda liderada pelo português Durão Barroso, os países intervencionados também conseguirão taxas de crescimento do produto superiores à média da União Europeia a 28, que deverá crescer 1,6% este ano e 2,0% em 2015.
Crescimento segue-se a períodos recessivos
Considerado o período compreendido entre 2010, ano do pedido de resgate grego, feito em Abril, e irlandês, datado do final desse ano, e 2013, constata-se que a economia grega contraiu -18,05% enquanto a irlandesa acabou por crescer 3,77%. Ainda assim a Irlanda teve um período recessivo menor e 2010 acabou, mesmo, por ser o último ano de contracção do PIB celta.
Por seu turno Portugal, que iniciou o programa de ajustamento económico e financeiro em Maio de 2011, atravessou nestes quatro anos um período recessivo que encolheu o produto em -4,16%.