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Corte orçamental no INE implica riscos “gravosos para a credibilidade” de Portugal

Conselho Superior de Estatística alerta que o INE, devido aos cortes inscritos no Orçamento do Estado para 2014, pode não conseguir cumprir a divulgação de informação estatística a que está obrigado.

Carolina Cravinho/Negócios
03 de Janeiro de 2014 às 13:49
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O Conselho Superior de Estatística (CSE) deu parecer favorável aos Planos de Actividades das Autoridades Estatísticas, mas deixou um alerta sobre as implicações que terão os cortes orçamentais aprovados para o Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

A redução da dotação orçamental atribuída ao INE é classificada como “preocupante”, uma vez que vem “comprometer a produção e divulgação de informação relevante”, o que “porá em causa o cumprimento das obrigações assumidas por Portugal no âmbito das estatísticas europeias, afectando a boa reputação do Estado Português”.

 

De acordo com um comunicado do CSE, os recursos financeiros do INE foram reduzidos para 30 milhões de euros em 2014, enquanto as verbas para as entidades com delegação e competências foram fixadas em 4,99 milhões de euros.

 

Esta dotação orçamental tem já em conta as rescisões voluntárias de pessoal do INE, que emprega 666 pessoas, e implica um défice de 5,6 milhões de euros para o instituto responsável pela produção estatística.

 

O Negócios tinha já noticiado em Outubro que o Governo tinha cortado a fundo no orçamento do INE, com a dotação orçamental a ficar 25% abaixo da verba prevista no Orçamento para 2013. O gabinete de Miguel Poiares Maduro garantiu na altura que o "Governo assegura que o INE terá os meios e as condições necessários ao cumprimento das suas obrigações, no quadro de rigor e seriedade que todos reconhecem à instituição".

 

De acordo com o comunicado emitido esta sexta-feira, o CSE parece ter opinião diferente da tutela. Alertando que as medidas de racionalização de recursos “não será suficiente para fazer face à redução orçamental que o INE regista”, o CSE reforça que “os riscos decorrentes da manutenção esta situação serão gravosos para a credibilidade do país, do Sistema Estatístico e do próprio INE, que não disporá dos recursos indispensáveis para satisfazer os compromissos exigidos pelos utilizadores nacionais e internacionais”.

 

A informação estatística de qualidade é indispensável para uma análise rigorosa da situação económica, financeira, social e ambiental. A satisfação das crescentes necessidades de informação permitirá um processo de tomada de decisão fundamentado por parte dos agentes económicos e à avaliação sustentada das diversas políticas.  

 
CSE
 

INE passa a divulgar informação mensal sobre desemprego

Uma das principais novidades na divulgação de estatísticas para este ano está na taxa de desemprego, pois o INE passará a divulgar estimativas mensais para este indicador. Até aqui o INE apenas divulga a taxa de desemprego com periodicidade trimestral, sendo que o Eurostat produz dados mensais.

 

Esta nova disponibilização de estimativas mensais nacionais para a taxa de desemprego será feita em articulação com o instituto de estatística europeu, “com base numa metodologia mais adequada, pretendendo-se, assim, dar resposta a uma necessidade há muito sentida pelos utilizadores e que permitirá um acompanhamento da evolução do mercado de trabalho com base em informação mais frequente e estável”.

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