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Virgolino Faneca revela a identidade de três novos candidatos à compra da Comporta

Existe a coincidência dos três novos candidatos à compra da Herdade da Comporta terem um apelido que começa por "Ri". Hermengarda, vá-se lá saber porquê, lembrou-se logo do ditado "quem ri por último ri melhor",

Rui Minderico/Correio da Manhã
29 de Junho de 2018 às 17:00
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Dilecto Prudêncio

Como bem sabes, a Comporta atrai quase tantos candidatos a surgirem nas revistas cor-de-rosa quantos os mosquitos, que são uma das imagens de marca da zona. Quando alguém anuncia, numa roda de amigos, que vai passar férias à Comporta, sente-se um frémito de admiração pelo pronunciador da novidade, misturado com alguma inveja, porque, efectivamente, não está ao alcance de todos ser picado por mosquitos habituados a conviver com a nata da sociedade portuguesa e encantadores representantes do "jet set" internacional.

Daí que repute como importante a informação de que disponho, relativa aos candidatos à compra da Herdade da Comporta, a qual faço agora chegar ao teu conhecimento por esta via. É que além do milionário francês (Claude Berda), que casou os interesses com a milionária portuguesa (Paula Amorim), de um "príncipe-jardineiro", também francês (Louis-Albert Broglie), e de um controverso investidor inglês (Mark Holyoake), que se juntou aos portugueses que mandam nos restaurantes Portugália, estou em condições de revelar a identidade de outros três candidatos, que até agora se têm mantido na penumbra, talvez com receio dos já referidos mosquitos.

O primeiro é Dimitri Ricardovski, um cossaco russo que fez fortuna no "business" do caviar e é proprietário de várias estâncias turísticas na Sibéria e de uma estância de madeira em Baikal, o qual tomou conhecimento da existência desta magnífica propriedade através de um primo afastado que trabalhou nas obras de remodelação de uma daquelas casas de pescadores em que os donos insistem em manter as janelas tortas porque acham que é "kitsch". O Dimitri já fez chegar as garantias bancárias acompanhadas de um sinal, uma bala, com a mensagem: para bom entendedor… Os seus planos são de transformar a Comporta numa imensa Datcha e aproveitar o areal para fazer passeios a cavalo com o camarada Putin, na esperança de encontrarem a Madonna.

Uma segunda proposta foi apresentada pelo príncipe saudita Faizal Ricarshid, o qual fez a oferta de um poço de petróleo, alegando que a mesma ajudaria a diminuir a dependência energética de Portugal e aliviaria as contas públicas. Quando informado que a Herdade da Comporta não era do Estado, Faizal lançou uma sonora gargalhada e ofereceu mais um poço de petróleo e quatro grosas de camelos, enquanto proferia entredentes a possibilidade de os amigos do Daesh quererem passar férias em Portugal, caso a sua proposta seja recusada.

A terceira manifestação de interesse foi efectuada por um cidadão chinês, Yan Ricardchun, de sua graça, membro suplente do comité central, mas ao que consta com poder efectivo derivado de ser da família do senhor Xi. Yan sonha transformar a Herdade da Comporta nos Jardins da Perfeita Claridade (o palácio de Verão de Pequim, para os mais distraídos), preservando a quietude do local através da edificação de uma muralha. Afiança ainda que vai travar a praga dos mosquitos, algo que reputa como extremamente fácil, na medida em que a sua presença na região será proibida pelo PC chinês que, efectivamente, é o dono disto quase tudo.

A minha comadre Hermengarda alertou-me para a estranha coincidência de estes três candidatos à compra da Herdade da Comporta possuírem um apelido que começa por "Ri", o que comentei enquanto baralhava as cartas para iniciarmos o jogo de "strip poker", com um "quem ri por último ri melhor", pontuado por uma gargalhada alarve.


Um abraço "tiozorro" deste que te estima,


Virgolino Faneca
 

Quem é Virgolino Faneca

Virgolino Faneca é filho de peixeiro (Faneca é alcunha e não apelido) e de uma mulher apaixonada pelos segredos da semiótica textual. Tem 48 anos e é licenciado em Filologia pela Universidade de Paris, pequena localidade no Texas, onde Wim Wenders filmou. É um "vasco pulidiano" assumido e baseia as suas análises no azedo sofisma: se é bom, não existe ou nunca deveria ter existido. Dele disse, embora sem o ler, Pacheco Pereira: "É dotado de um pensamento estruturante e uma só opinião sua vale mais do que a obra completa de Nuno Rogeiro". É presença constante nos "Prós e Contras" da RTP1. Fica na última fila para lhe ser mais fácil ir à rua fumar e meditar. Sobre o quê? Boa pergunta, a que nem o próprio sabe responder. Só sabe que os seus escritos vão mudar a política em Portugal. Provavelmente para o rés-do-chão esquerdo, onde vive a menina Clotilde, a sua grande paixão. O seu propósito é informar epistolarmente familiares, amigos, emigrantes, imigrantes, desconhecidos e extraterrestres, do que se passa em Portugal e no mundo. Coisa pouca, portanto.



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