Notícia
DIA volta à negociação com forte subida após melhor sessão de sempre
As acções do DIA estão a subir mais de 13%, depois de terem sido suspensas pelo regulador esta manhã.
As acções do grupo DIA estão a registar uma forte subida, depois de a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), o regulador espanhol do mercado de capitais, ter levantado a suspensão imposta esta manhã, devido a rumores sobre o refinanciamento da sua dívida. No regresso à negociação, os títulos estão a valorizar 13,41% para 49,9 cêntimos.
Esta sexta-feira, já depois do levantamento da suspensão, a empresa revelou em comunicado ao regulador que Borja de la Cierva é o novo CEO do grupo, substituindo Antonio Coto, nomeado há apenas quatro meses.
A empresa também revelou o resultado do seu teste de deterioração de activos, que ascende a 110 milhões de euros. A estes juntam-se ainda 184 milhões adicionais relacionados com créditos fiscais.
"A dotação de todas estas provisões resultará num património líquido negativo no fecho do exercício de 2018", afirma a empresa, que assegura que esta situação será revertida com os fundos obtidos no aumento de capital de 600 milhões de euros que está a preparar para Março.
A suspensão das acções foi decretada esta sexta-feira, depois de a dona dos supermercados Minipreço ter vivido ontem a sua melhor sessão de sempre em bolsa, com uma subida de 22,22% para 44 cêntimos, impulsionada pelos rumores de progressos nas negociações com a banca para refinanciar a sua dívida.
Segundo o El Economista, o conselho de administração do DIA esteve reunido na quinta-feira com carácter de urgência para aprovar o plano de refinanciamento que, para o investidor russo Mijail Fridman, que tem 29% dos títulos, não garante a viabilidade do grupo no longo prazo.
Os investidores temem agora que Fridman aproveite a recente queda dos preços das acções para assumir o controlo do grupo. Recentemente, a empresa encarregou o Morgan Stanley e a Rothschild de procurarem investidores para o aumento de capital de 600 milhões de euros e que substituam a Letterone, a sociedade de investimento de Fridman, como accionista de referência da empresa. Por seu lado, Letterone aponta que o aumento de capital "não cumpre os mínimos requeridos".
Apesar da forte subida da sessão de ontem os títulos do DIA desvalorizam quase 90% desde o início do ano, e 75% só nos últimos três meses.
O grupo, que enfrenta dificuldades financeiras, viu a sua situação deteriorar-se quando, em Outubro, o JPMorgan publicou uma nota negativa sobre o grupo e a própria empresa emitiu um "profit warning", no qual anunciou que espera uma queda substancial no EBITDA deste ano e não vai pagar dividendos em 2019. Dias depois, reviu em baixa as receitas obtidas no ano passado em 20 milhões de euros, acentuando a tendência negativa dos títulos.
(Notícia actualizada às 15:20)