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Dia já acumula perdas de quase 50% após "profit warning"
A empresa de supermercados espanhola que marca presença em Portugal continua a ser penalizada pelo "profit warning" emitido na segunda-feira, mas também pelo cancelamento do pagamento de dividendos e ainda pela demissão da presidente do conselho de administração.
O Grupo Dia continua a registar quedas acentuadas depois de ter emitido um "profit warning", cancelado o pagamento de dividendos no próximo ano e da demissão da presidente do conselho de administração. A empresa de supermercados espanhola que marca presença em Portugal já acumula perdas de quase 50% em duas sessões.
As acções estão a recuar 6,70% esta terça-feira, 16 de Outubro, depois de já terem estado a descer mais de 17%. Isto depois de terem caído 42,22% na sessão anterior, quando tocaram um novo mínimo histórico. Ou seja, a empresa acumula perdas de quase 50% em apenas duas sessões. Desde o início do ano, esta queda é de 77,91%.
O valor de mercado do Grupo DIA, cotado na bolsa de Madrid, está já abaixo dos 700 milhões de euros, apesar de a empresa ter registado algumas sessões de fortes ganhos este ano devido aos rumores de que poderia ser alvo de uma OPA.
A retalhista que em Portugal está presente através do Minipreço anunciou uma descida pronunciada dos resultados, "Tendo em conta a queda do volume de vendas, que também teve impacto nas margens, e um aumento dos custos operacionais, a empresa estima que o EBITDA ajustado para 2018 se situe entre 350 a 400 milhões de euros, o que compara com 568 milhões de euros em 2018", refere o comunicado emitido pela empresa.
Deste modo, a empresa decidiu cancelar o pagamento de dividendos no próximo ano, por forma a aliviar o seu balanço.
O Dia anunciou também alterações na gestão, isto depois de já ter mudado de CEO recentemente. A presidente do conselho de administração, Ana María Llopis, pediu a demissão e será substituída provisoriamente por Stephan DuCharme. A empresa revelou ainda que irá efectuar alterações na sua direcção financeira.
O grupo Dia está em Portugal, através do Minipreço, tendo 630 lojas em território nacional e empregando 3.900 pessoas, de acordo com a informação disponível no site do retalhista espanhol.
Já em Agosto, o CEO do Dia, Ricardo Currás, foi afastado da liderança do grupo, uma saída provocada pela queda dos lucros e dos títulos da cadeia de supermercados. Os resultados líquidos do primeiro semestre do ano já tinham revelado uma quebra de 44% para 66,1 milhões de euros, penalizados pelo impacto cambial no Brasil e Argentina.