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Dia suspende CFO e prepara plano de reestruturação

O grupo espanhol Dia continua a afundar em bolsa. Já “perdeu” quase 600 milhões de euros em três dias, em resultado do “profit warning”. O CFO já foi suspenso e a retalhista, que em Portugal opera sob a insígnia Minipreço, está a preparar um plano de reestruturação.

17 de Outubro de 2018 às 11:48
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As acções do grupo Dia estão a deslizar 5,03% para 0,9502 euros, numa sessão marcada por variações acentuadas. Os títulos já estiveram a disparar mais de 12%, a reflectir o anúncio de suspensão do administrador financeiro e as notícias de reestruturação, mas foi sol de pouca dura e as acções regressaram às quedas.

 

As acções estão assim a negociar em mínimos históricos, sendo que o Dia está cotado desde 2011.

 

Em três sessões, os títulos acumulam uma queda de 49,9%, o que equivale a 590,3 milhões de euros em termos de capitalização bolsista, o que no caso português seria o mesmo que a Ibersol e a Ramada desaparecerem.

 

A justificar este desempenho está o "profit warning" feito na segunda-feira, 15 de Outubro. A retalhista anunciou uma descida pronunciada dos resultados, "tendo em conta a queda do volume de vendas, que também teve impacto nas margens, e um aumento dos custos operacionais. A empresa estima que o EBITDA ajustado para 2018 se situe entre 350 a 400 milhões de euros, o que compara com 568 milhões de euros em 2018, revelou a empresa. Deste modo, a empresa decidiu cancelar o pagamento de dividendos no próximo ano, por forma a aliviar o seu balanço.

 

Este anúncio provocou, de imediato, uma descida acentuada das acções. Logo na segunda-feira, os títulos afundaram mais de 42%.

 

Esta quarta-feira, 17 de Outubro, as acções chegaram a disparar mais de 12%, depois de ter sido anunciada a suspensão do CFO. Amando Sánchez Falcón foi suspenso de funções logo na segunda-feira, de acordo com o El Economista, que adianta estarem a ser preparadas mais mudanças na cúpula da cadeia de supermercados. A publicação informa que o responsável foi suspenso de funções devido a "possíveis discrepâncias quer em questões económicas como contratuais" numa altura em que se tenta apurar responsabilidades.

 

Além das alterações ao nível da gestão, o Dia estará a preparar um plano de reestruturação, que deverá passar pelo encerramento de lojas, venda de activos e redução do número de funcionários.

 

O El Economista revela que um dos primeiros activos a ser vendido será o Max Descuento, que conta actualmente com 35 lojas e 250 funcionários. Mas todo o negócio estará sob escrutínio, com a retalhista a analisar potenciais desinvestimentos e poupanças.

 

O grupo Dia está em Portugal, através do Minipreço, tendo 630 lojas em território nacional e empregando 3.900 pessoas, de acordo com a informação disponível no site do retalhista espanhol.

 

Já em Agosto, o CEO do Dia, Ricardo Currás, foi afastado da liderança do grupo, uma saída provocada pela queda dos lucros e dos títulos da cadeia de supermercados. Os resultados líquidos do primeiro semestre do ano já tinham revelado uma quebra de 44% para 66,1 milhões de euros, penalizados pelo impacto cambial no Brasil e Argentina.

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