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Dia obtém 771 milhões de euros com opção de 100 milhões adicionais
O principal acionista do grupo Dia, a LetterOne, já injetou 500 milhões de euros com disponibilidade imediata.
O Dia - que em Portugal detém a rede de supermercados Minipreço - alcançou um acordo a longo prazo com os seus credores que garante o acesso a 771 milhões de euros de liquidez. Este dinheiro poderá ser utilizado no decurso dos próximos quatro anos para assegurar a continuação do negócio e o seu reposicionamento para ser competitivo a longo prazo, informou o grupo retalhista em comunicado.
O principal acionista, LetterOne, já injetou, com disponibilidade imediata, 500 milhões de euros.
O Dia confirma ainda que acordou com os bancos credores uma injeção adicional de 271 milhões de euros, que serão utilizados de acordo com as necessidades de negócio, com a possibilidade de aceder a mais 100 milhões de euros através de aumento de capital.
Com estes fundos, o grupo " obtém a força financeira e a estabilidade para uma estrutura de capital totalmente alinhada com o objetivo de construir, através do crescimento das vendas, resultados financeiros que assegurem o futuro do negócio", refere o comunicado, acrescentando que o Dia "está agora numa posição forte para iniciar o seu reposicionamento".
A equipa de direção, liderada por Karl-Heinz Holland, está a trabalhar nos aspetos fundamentais do negócio da empresa que assegurem a sua competitividade a longo prazo.
"O anúncio de hoje reflete a força, o conhecimento e o compromisso do nosso acionista de referência. Estou grato pelo apoio, pela confiança no Dia e no nosso potencial para criar valor a longo prazo. Agora, temos a capacidade para lidar com os desafios que temos pela frente e construir uma grande marca do setor da distribuição. É meu objetivo atuar de forma efetiva em benefício dos nossos clientes, colaboradores, franqueados e fornecedores", afirmou Karl-Heinz Holland.
O financiamento será estruturado da seguinte forma: até 600 milhões dos acionistas, através de um aumento de capital, dos quais 500 milhões serão assegurados pela LetterOne; 200 milhões através de um empréstimo assegurado pela LetterOne e 71 milhões dos credores atuais.
O comunicado refere ainda que o grupo cumprirá as suas obrigações financeiras relativas aos bónus que vencem a 22 de julho, sendo agora a prioridade restabelecer o quotidiano do negócio.
"O acordo com os credores do Dia é o culminar de um conjunto de importantes iniciativas para salvaguardar a companhia e colocá-la numa base estável para a criação de valor a longo prazo para todos os seus grupos de interesse. A combinação das melhores práticas de governo corporativo, uma estrutura de capital viável acordada com os credores e a criação de uma equipa de gestão de reconhecido prestígio proporciona ao Dia um claro caminho para recuperar a sua posição como uma empresa de distribuição líder em Espanha, Brasil, Portugal e Argentina", comentou o "chairman", Stephan DuCharme.
Os credores atuais do Dia são o Santander, BBVA, Barclays, Caixa Bank, Deutsche Bank, ING, Postbank, SocGen, Mitsubishi, Bankia e BNP Paribas.