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Corrida à marijuana "sobreaquece" cotadas
A legalização da marijuana para fins medicinais está a agitar as acções de algumas empresas. É o caso da Tilray, que passou de uma subida de 20% para uma queda de 2%, num comportamento que os analistas assemelham ao da bitcoin.
A legalização da marijuana para fins medicinais está a agitar os mercados financeiros. São já algumas as fabricantes de medicamentos com canábis que estão a negociar em bolsa e a aproveitar o crescimento deste segmento. Mas os analistas alertam que este mercado é tão volátil como o da bitcoin, o que pode estar a sobrevalorizar alguns títulos.
Entre as empresas que têm aproveitado o "boom" da legalização da marijuana para fins terapêuticos, os analistas consultados pelo Market Watch destacam a Tilray. Foi a primeira fabricante de medicamentos com marijuana a cotar na bolsa de Nova Iorque, aproveitando o crescimento deste mercado: desde o início do ano já mais do que triplicou o seu valor.
Contudo, o comportamento dos títulos da Tilray tem sido muito instável. As acções estão a cair 2,10% para 52,32 dólares. Mas chegaram a subir mais de 20% na segunda-feira. "O movimento das acções da Tilray assemelha-se ao da bitcoin", afirmou Jason Spatafora, investidor em canábis, que gere o site Marijuanastocks.com.
A bitcoin é um activo que se tem revelado muito volátil. A moeda digital pode ter começado 2017 a valer mil dólares, mas acabou por tocar um novo máximo de 12 mil dólares no final do ano. Um valor que caiu entretanto para os 7.055,5 dólares.
"O mercado é completamente irracional. A capitalização de mercado da Tilray está acima dos 4,5 mil milhões de dólares (...) Não devia estar a negociar nem a metade do valor actual", defendeu Jason Spatafora, alertando para uma sobrevalorização dos títulos.
O desempenho da Tilray tem beneficiado da legalização da marijuana em 30 Estados dos EUA e do facto de o Canadá ter aprovado recentemente um projecto de lei para legalizar o uso de canábis. O mesmo acontece no caso da Cronos, outra fabricante de medicamentos que começou por estar apenas cotada no Canadá, mas que entrou entretanto na bolsa norte-americana. As acções valorizaram mais de 20% na sessão anterior e esta terça-feira caem quase 7%.
A agitar o sector estão ainda as notícias de que a Diageo, dona das marcas Smirnoff e Johnnie Walker, está em conversações com pelo menos três empresas canadianas ligadas ao mercado da marijuana. O objectivo será comprar uma participação ou iniciar uma colaboração com uma das empresas.