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Novo movimento cívico reúne mulheres com experiência em ESG

O Women in ESG Portugal quer criar uma plataforma de reunião e comunicação, para promover a participação das mulheres nas áreas de sustentabilidade das organizações.

06 de Janeiro de 2023 às 09:01
Alice Khouri, Rita Rendeiro e Filipa Pantaleão, fundadoras do Women in ESG Portugal.
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Chama-se Women in ESG Portugal e é um novo movimento cívico criado para ligar, organizar e promover mulheres com experiência nas áreas ESG (ambiental, social governação, sigla em inglês) em Portugal, tendo também em vista a promoção da igualdade de género nas empresas e organizações especialmente nas áreas do ESG.

"A nossa ideia é criar uma comunidade multidisciplinar que agregue mulheres para difundir conhecimento e fortalecer as características positivas que as mulheres têm para as áreas ESG, para ter um agente facilitador de igualdade de oportunidades e de remunerações em Portugal", explica Filipa Pantaleão, engenheira do ambiente e uma das fundadoras do movimento, ao Negócios. O projeto conta igualmente com Alice Khouri e Rita Rendeiro, ambas advogadas.

A comunidade é composta por duas vertentes, nomeadamente pelas mulheres que trabalham nestas áreas e se vão juntando à plataforma Women in ESG Portugal e por 25 embaixadores, homens e mulheres, que se reveem nos objetivos e apoiam a criação da comunidade.

No fundo, está a ser criada uma lista de mulheres que têm formação académica ou profissional e trabalham em áreas diretamente relacionadas com ESG, de forma a criar uma comunidade multidisciplinar que trabalha nestas temáticas.

A ideia partiu de Alice Khouri, que se inspirou numa iniciativa semelhante criada no Brasil na altura em que o anterior presidente, Jair Bolsonaro, tomou posse e nomeou apenas homens para cargos no Ministério de Minas e Energia. Nessa altura, "o mercado organizou-se e em 24 horas criou a lista simelasexistem.com para poder nomear mulheres que estivessem aptas a ocupar altos cargos no setor da energia", conta a advogada que fez parte dessa lista de 163 mulheres capacitadas para os respetivos cargos. "Isso criou uma sonoridade e as mulheres começaram a conhecer-se e a indicar-se para outras situações, e eu quis fazer algo semelhante em Portugal". A advogada refere também que veio "muito incomodada" da COP27, que decorreu em dezembro passado no Egito, uma vez que "o speaking time das mulheres foi de 27%, apesar de elas fazerem parte de 39% da composição da conferência".

A criação da comunidade permitirá criar networking e gerar intercâmbio de ideias, boas práticas e de negócio e pensar em soluções em conjunto para problemas comuns. Para além desta lista agregadora, o movimento pretende também criar masterclasses e um ciclo de talks centrado na igualdade de género, no primeiro semestre de 2023, e uma conferência técnica sobre temas atuais do ESG, a ter lugar na segunda metade do ano.

"Assim conseguimos ajudar Portugal a atender dois vetores de diretivas do Parlamento Europeu, nomeadamente a inclusão de género, com a introdução de 33% nas áreas executivas, e a diretiva de integração do ESG na cultura empresarial", sublinha Alice Khouri.

 

 

 

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