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Faltam programas em Portugal para encorajar mulheres a entrar nas áreas STEM

Estudo analisou pela primeira vez iniciativas que promovem a entrada de mulheres nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Lisboa e Porto concentram a maioria das iniciativas.

29 de Outubro de 2024 às 09:44
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Em Portugal, faltam iniciativas de promoção das áreas STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) junto da população feminina, algo que deveria começar na educação pré-escolar e básica, revela a primeira edição do SWC Annual Report Portugal, da responsabilidade do GSM – Global Stem Woman.

Segundo o relatório, há poucas iniciativas que tenham impacto na educação ao nível pré-escolar e básico. Da mesma forma que são apenas algumas as iniciativas em Portugal que se concentram no ensino secundário e universitário, consideradas idades críticas nas tomadas de decisão vocacionais. Segundo a pesquisa, o maior número de iniciativas STEM é registado a nível profissional.

A maioria dos programas STEM são independentes, nomeadamente 87%, sendo que 13% nascem no seio de uma empresa com outro objetivo.

Lisboa e Porto também são as localidades que concentram o maior número de iniciativas. Neste sentido, o relatório identifica que "Portugal enfrenta um grande desafio em termos de desigualdades regionais, devido ao papel central do litoral na atividade do país". E recomenda que "é importante alargar estes esforços a outras regiões do país. Deste modo, todos os talentos terão a oportunidade de se desenvolver e contribuir para o progresso tecnológico e científico de Portugal".

Esta primeira edição do relatório anual, que reúne os dados de atividades e programas que desenvolvem iniciativas que promovem a igualdade de género nas áreas STEM, revela ainda que, dos trinta programas desenvolvidos em 2023, os 15 programas para encorajar e inspirar crianças e jovens a optarem por estudos em STEM apenas impactaram 1,26% da população total de 1,3 milhões de raparigas e rapazes. "Uma percentagem que é obrigatório melhorar", segundo os analistas.

Metade das iniciativas inquiridas focam-se na promoção e sensibilização para os estudos científicos e tecnológicos entre raparigas e rapazes, no entanto, foram identificados apenas quatro programas que atuam na infância.

Os dados indicam que 73% das iniciativas STEM utilizam fontes de financiamento públicas ou mistas (53% mistas e 20% públicas), enquanto apenas 27% utiliza unicamente capital privado. Isto contrasta com o segmento focado na carreira, onde quase metade das iniciativas têm financiamento privado.

Para Eva Díaz, CEO do STEM Women Congress, "é muito importante continuar a trabalhar para levar jovens para as áreas STEM". Na sua perspetiva, o relatório sobre Portugal "mostrou que ainda há um longo caminho a percorrer para combater a desigualdade de género em setores STEM".

A organização defende que o trabalho deve incidir logo na primeira infância, altura em que se promove o desenvolvimento do pensamento crítico e das capacidades analíticas. "As crianças aprendem a questionar, investigar e refletir sobre o mundo que as rodeia, o que lhes permite desenvolver capacidades de resolução de problemas e de tomada de decisões", assinala.

 

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