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A angústia do defesa direito antes do Euro

Pela sua natureza, já vivem uma pressão impossível. É a posição que ninguém valoriza, porque ninguém lá joga se for bom.

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Se for bom, vai para extremo. Se for mau extremo, acaba em defesa direito. O defesa direito é esforçado, é rápido, tem pulmão, nunca desiste, faz carrinhos que dão canto, faz centros que parecem tiros de canhão.

Foi preciso inventar um movimento táctico em inglês - o "overlapping" - para lhe dar importância no jogo moderno. E só precisa de correr para trás para merecer do treinador uma palmadinha no rabo, um incentivo, um carinho misericordioso.

Tivemos o Secretário. Tínhamos tido o Veloso. E o João Pinto. A Geração de Ouro teve o Nélson. E sofreu o Abel Xavier. São sempre os piores da equipa. E nem sequer são canhotos.

Este ano, o Vieirinha e o Cédric fazem jus ao imaginário do defesa direito. E não mereciam a pressão adicional que lhes foi criada, neste Euro 2016, por António Mexia e pelos seus salários.

O defesa direito somos todos nós, aqueles que nunca jogaram nada de jeito, mas sabiam correr de forma coordenada com a bola nos pés. Que davam tudo e faziam pouco. Mas que nunca vão ganhar dois milhões por ano.
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