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Uma vergonha

Deixar alastrar este lamaçal em que o País está mergulhado nada resolve, tudo agrava.

Passos Coelho acabou com o feriado do 5 de Outubro, Cavaco Silva e António Costa (pressionado? Por quem?) fecharam aos cidadãos as comemorações da implantação da República. A transferência das comemorações de uma praça aberta ao povo para um pátio escondido e de acesso restrito, tal como o cancelamento da habitual abertura dos portões da residência oficial do Presidente da República aos populares, foram uma vergonha.

Estas atitudes demonstraram a intenção de expulsar os cidadãos da participação nas comemorações oficiais. Por vergonha e por medo, bem exemplificados por o PR não passar a revista protocolar à guarda de honra, pela saída apressada dos representantes do Governo por uma porta lateral e pelo escandaloso e reforçado aparato policial.

Tais atitudes não têm desculpa, embora a vergonha perante os cidadãos tenha fundamento.

São sintomáticas do estado de desnorte e pânico que vai grassando entre responsáveis políticos ao nível das instituições do Estado, em resultado da incapacidade de trilharem um caminho que apresente um futuro para o País e ponha fim à austeridade sem nexo cujo único resultado é flagelar e empobrecer os cidadãos e o País.

O desnorte de um Governo incompetente, desacreditado perante os cidadãos, fracturado internamente e que só sobrevive porque artificialmente ligado à máquina, e de um Presidente da República perdido em discursos inconsequentes, incapaz de tirar da situação as devidas ilações e tomar as correspondentes decisões.

Mas também o do secretário-geral do PS que, enfeudado ao modelo de austeridade do memorando, dá tiros de pólvora seca e populista tentando desviar as atenções do que é essencial.

Deixar alastrar este lamaçal em que o País está mergulhado nada resolve, tudo agrava.

Economista e ex-deputado do PCP

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