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27 de Maio de 2002 às 12:24

Que modelo para as tecnologias de informação

A estratégia das tecnologias de informação evoluiu, nos últimos anos, para se tornar, hoje, um instrumento essencial na administração das empresas, especialmente as de âmbito global.

Jorge Baião, Deloitte Consulting

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A estratégia das tecnologias de informação evoluiu, nos últimos anos, para se tornar, hoje, um instrumento essencial na administração das empresas, especialmente as de âmbito global.

No clima actual de mudanças políticas e económicas súbitas, os gestores devem ter como matriz um modelo maleável de TI’s baseado em estratégia, planeamento, arquitectura e um plano de acção interactivo entre o meio-ambiente, a empresa e os seus objectivos, visando a criação de valores sustentáveis e em permanente renovação.

Baseado num enfoque primordialmente empírico, este modelo deve ajudar as empresas a situarem-se melhor no contexto do mercado, a explorar oportunidades de negócio e assegurar um melhor retorno do investimento, criando os meios que permitem uma administração mais apurada dos recursos (pessoal e tecnologia) e do capital investido.

Ao manter uma relação dinâmica com a empresa, o papel das TI passa essencialmente pelo “inovar “, estudando as áreas da empresa que requerem uma particular atenção, que tecnologias e serviços devem ser implementados e qual o nível de continuidade apropriado para coadunar o fluxo de informação com os negócios da empresa.

A estrutura dos custos e as previsões de gastos nas tecnologias de informação devem coadunar-se com os objectivos da empresa e o estado da economia. Estabelecer prioridades no investimento em tecnologias é um factor primordial e um elemento chave na estratégia comercial de uma empresa, sendo que a ênfase deve sempre estar na mais valia que os investimentos proporcionam.

Hoje em dia, esta estratégia deve fundir-se com a estratégia comercial e com os planos operacionais da empresa. As iniciativas bem sucedidas conjugam estratégia comercial e tecnológica com necessidades operacionais. As estratégias de investimento devem compreender inovação, permitindo suster rendimentos acima da média e o crescimento do volume de negócios. Prevenir a diminuição das margens, aumentar os lucros e melhorar a produtividade da empresa constitui o desafio central da implementação de ferramentas de tecnologias de informação. Ajudar as empresas a consolidar os seus objectivos e prever o desenvolvimento dos activos da empresa a nível global é uma das funções obrigatórias da TI’s.

Actualmente as empresas conscientes do valor das tecnologias de informação desenvolvem técnicas de planeamento que utilizam cenários que ajudam a ter uma compreensão de estados e eventos futuros que possam ter um impacto sobre o desempenho da empresa.

Enquanto que, tradicionalmente, o planeamento considerava o panorama actual, o futuro provável e determinava uma estratégia a seguir, hoje planeiam cenários que englobam variáveis como o conhecimento do ambiente actual, os vários futuros alternativos, as principais estratégias e as possíveis contingências.

O novo modelo de tecnologias de informação deve considerar não apenas o que fazer, mas também como fazê-lo. Deve estudar em que área as TI’s irão produzir mais valia para a empresa e de que maneira poderão maximizar o retorno do investimento em informação e tecnologia. Deve também determinar que tecnologias produzem valor para a empresa e como devem ser estruturadas. Deve determinar de que maneira é que as tecnologias podem ser implementadas na empresa de forma eficaz e tendo em conta a indústria, o mercado, os desenvolvimentos geográficos e as tendências globais.

Esta estratégia deve recorrer a todos os recursos tecnologicamente disponíveis, accionar toda a cadeia de tecnologias para obter resultados eficientes e económicos e ser planeada de forma a que possa ter um desenvolvimento evolutivo dentro da empresa, tendo em consideração os custos e benefícios dessa operação, a qualidade das soluções e o timing na sua disposição ao mercado.

O melhor modelo operacional deve avaliar a posição da empresa no mercado, a sua filosofia e a sua agenda. Os gestores de TI’s deverão propor um refinamento das capacidades de TI da empresa, da sua estrutura e do seu alinhamento para favorecer o seu desempenho.

Este modelo deve produzir um enquadramento iterativo com ênfase na acção, um mapeamento claro das iniciativas e dos requisitos de investimento, e também e como factor fundamental, um processo de avaliação regular.

Em conclusão, o ciclo de estratégia da TI’s deve englobar uma dinâmica entre o mercado externo, o desenvolvimento de uma visão, a criação de opções, uma tomada de decisão e o estabelecimento de metas corporativas através de um planeamento pragmático e realista e da sua execução rigorosa.

A estratégia de TI é composta por um ciclo de busca de percepções traduzidas rapidamente em acções, e de uma evolução a partir desse ponto. A implementação de mudanças significativas na TI deve resultar na mais valia para os accionistas, criando oportunidades para investimentos estratégicos e para a criação de valor para todos os intervenientes.

Jorge Baião

Senior Manager

jbaiao@dc.com

 

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