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Boris Johnson considerou ataque militar nos Países Baixos para roubar vacinas contra covid

A revelação é feita pelo próprio antigo primeiro-ministro britânico nas suas memórias, das quais foram divulgados alguns excertos este sábado na imprensa do Reino Unido.

EPA
28 de Setembro de 2024 às 13:35
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Durante a pandemia da covid-19 Boris Johnson, então primeiro-ministro britânico, ponderou ordenar um ataque militar contra armazéns da farmacêutica AstraZeneca nos Países Baixos para obter vacinas contra a covid. A revelação é feita pelo próprio ex-governante nas suas memórias das quais alguns excertos foram divulgados este sábado pela imprensa britânica.

Segundo o Daily Mail, Boris Johnson ponderou um "raide por via marítima" a um armazém em Leiden, nos Países Baixos.

O plano, detalha o antigo primeiro-ministro, foi discutido com altos responsáveis militares em março de 2021, numa altura em que a vacina da AstraZeneca estava no centro de uma disputa entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) sobre exportações, com Johnson a considerar que Bruxelas estava a tratar Londres "com má vontade".

Boris Johnson revela que "pediu que fosse estudado se seria tecnicamente possível lançar um ataque aquático a um armazém em Leiden e obter aquilo que legalmente era nosso e que o Reino Unido precisava desesperadamente".

Um alto responsável militar disse ao primeiro-ministro que o plano era "seguramente possível" e que envolveria a utilização de embarcações semi-rígidas para navegar nos canais holandeses.

"O plano previa que os militares se encontraria junto ao alvo, entrariam, retirariam as vacinas e saíriam usando um camião que se dirigiria para um dos portos", indica o exerto publicado.

No entanto, o mesmo responsável militar disse a Johnson que dificilmente a missão seria executada sem que os militares fossem detetados, o que significaria que Downing Street "teria de explicar porque é que, na prática, o Reino Unido tinha invadido um aliado da NATO".

"Claro que eu sabia que ele estava certo e intimamente concordava com o que todas as chefias militares achavam, mas não o queria dizer em voz alta: tudo isto era completamente louco", conclui Boris Johnson.

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