Junta à Sé do Porto mora aquela que é considerada a casa mais antiga da cidade.

Situada no "Beco dos Redemoinhos", crê-se ter sido construída na primeira metade do século XIV, devido à sua arquitetura, de influência proveniente da Flandres, com a chaminé colocada ao cimo da fachada.

A casa viria, três séculos depois, a ficar na posse do genealogista Cristóvão Alão de Morais, devendo datar dessa época a janela de peitoril do piso superior, pelo que ainda hoje a casa mais antiga do Porto é chamada de Casa do Beco dos Redemoinhos – porque na época existiam ali azenhas (moinhos), num lugar por onde passava um pequeno rio – ou Casa dos Alão de Morais.

Além de habitação para o clero, o espaço terá servido, ao longo dos séculos, como estrebaria, palheiro e residências de elementos menos eminentes da sociedade.

Esta casa de origem medieval está agora a ser reabilitada pela Câmara do Porto para introduzi-la no mercado do arrendamento acessível.

"Com um valor de investimento superior a 360 mil euros, o imóvel deverá estar disponível para engrossar o mercado municipal de arrendamento acessível a partir de dezembro de 2025", revela a autarquia, em comunicado.

A intervenção está ser desenvolvida pela sociedade de reabilitação urbana Porto Vivo, de acordo com a estratégia municipal de introduzir imóveis anteriormente devolutos no mercado de arrendamento acessível, continuando, assim, "a devolver espaços com história à cidade", enfatiza o município.

O projeto de intervenção na casa mais antiga do Porto prevê a criação de espaço de habitação, mas também de serviços, sendo que, na vertente habitacional, "será privilegiada a abertura dos espaços, promovendo a reabilitação da área útil e a iluminação natural e ventilação", realça a autarquia.

Quanto à solução arquitetónica para a parte alocada a serviços, "a principal premissa foi a de tentar manter, tanto quanto possível, o existente", sublinha, acrescentando que, "nos casos que não for possível, a arquitetura será substituída por estruturas leves, de fácil reconversão e com recurso a materiais compatíveis".

De acordo com a autarquia, a reabilitação urbana promovida pela Porto Vivo já permitiu disponibilizar mais de 340 habitações.

(Notícia atualizada às 12:48)