Opinião
Que estratégia para o serviço público de transportes de passageiros? (IV)
Que estratégia para o serviço público de transportes de passageiros? (IV)
E neste contexto o estabelecimento de algumas medidas de estratégia em que temos que em conta a grande correlação entre si, embora possa existir alguma tendência de as mesmas serem vistas de forma independente a sua eficácia e realização temporal terão sempre de perspectivadas de um ponto de vista integrado das respectivas gestão e complementaridade das duas unidades empresariais:
- Redefinição e reorganização do plano de utilização da frota com incidência directa na diminuição dos custos de manutenção e nos serviços prestados por terceiros, prevendo-se como possível uma redução de quatro unidades de navios da classe cacilheiro ou ferries, de modo a permitir uma redução de custos e uma melhoria da taxa de utilização da frota;
- Reorganização, racionalização e melhorias no planeamento das intervenções da manutenção no sentido de privilegiar a manutenção preventiva programada em detrimento das intervenções correctivas, tendo em vista um melhoria progressiva nos custos de manutenção ;
- Dar continuidade à introdução de sistemas e processos de melhoria do controlo efectivo do factor trabalho com a valorização das estruturas operativas e uma melhoria no aproveitamento dos meios informáticos com impacto na redução dos custos suplementares e no controlo do trabalho efectivo, tendo em vista uma melhor adequação dos recursos humanos às necessidades operacionais como forma de optimização do tempo de trabalho disponível;
- Uma melhor e mais adequada informação ao público como forma de promover o transporte fluvial como real alternativa a outros meios de transporte que operem na mesma área de influência. Neste particular merecerá especial atenção o rigoroso cumprimento dos horários e o estudo da sua adequabilidade às necessidades e exigências do respectivo meio envolvente e melhorando os níveis de segurança como factor fundamental na qualidade do transporte fluvial;
- Estudo e compatibilização dos meios de controlo electrónico de acessos nos diversos Terminais Fluviais como forma de melhorar significativamente o controlo dos utilizadores do transporte fluvial e em simultaneidade uma melhoria na preparação e formação dos efectivos a operar no sistema de controlo tendo em vista melhorar a segurança dos utilizadores e a eficácia da respectiva fiscalização;
- Melhoria no planeamento e na adequação dos meios e recursos à actividade, nomeadamente pela correcção / adequação de horários das carreiras, implementação de novas ligações e desenvolvimento das actividades comerciais
- Melhoria do modelo de gestão e cultura participativa a nível de direcção e na estrutura organizacional da empresa como forma de introduzir melhorias significativas nas diversas áreas funcionais e no desenvolvimento de todas actividades de forma integrada numa visão global da Empresa, a todos os níveis da hierarquia funcional da estrutura organizativa.
- Estudar, implementar e dar continuidade ás acções de formação profissional como forma de valorização dos trabalhadores do grupo, proporcionar cada vez melhores condições de trabalho, quer na área da segurança e saúde quer no apoio social, desenvolver os melhores esforços e empenhamento na manutenção dos actuais postos de trabalho e continuar com melhorias no crescimento remuneratório sustentado adequado à realidade do grupo ( Transtejo e Soflusa) .
- Promover o Grupo Transtejo como unidades empresariais de importância estratégica e decisiva na ligação entre as duas margens do Tejo e das vantagens de natureza económica, ecológica e ambiental, e de segurança do transporte fluvial;
- Criação e consolidação de parcerias e alianças tecnológicas com entidades empresariais e públicas nacionais, com vista ao apoio da estratégia de desenvolvimento para o serviço de transporte fluvial de passageiros. A necessidade de criar uma empresa comercial e de gestão das infra-estruturas de apoio ao desenvolvimento do serviço público de transporte fluvial de passageiros visa assegurar por um lado a gestão dos espaços comerciais, parques de estacionamento, circuitos turísticos, alugueres de navios e outras prestações de serviço não enquadráveis no serviço público de passageiros (nomeadamente a aquisição de serviços profissionais em situações de eventuais alterações de ordem social) mas também assegurar, atempadamente, o desenvolvimento da concorrência no fornecimento de serviços de transporte público de passageiros e ter em conta as novas abordagens jurídicas que, provavelmente irão resultar das modificações do quadro jurídico comunitário para regular este serviço, onde será exigido a separação das respectivas infra-estruturas de apoio.