Opinião
Portugal visto do MIPIM
Portugal está a passar de moda. Leis que retiram segurança aos investidores, com constantes alterações das regras do jogo, como sejam a fiscalidade dos fundos fechados ou o regime do IVA no imobiliário, que tendo sentido face aos abusos praticados por alguns grupos locais, fazem pagar o justo pelo pecador, são tudo factos que levam alguns dos maiores e principais investidores europeus a riscar Portugal do mapa.
Acabou hoje, 13 de Março, a 20ª edição do MIPIM.
Uma edição que reflecte o estado mercado: dizem (não confirmei!) que em lugar dos 29.318 participantes de edições passadas, 2009 teve cerca de 18.000. Um MIPIM com muito menos gente, menos entusiasmo e ambiente de festa, mas um grupo de pessoas focada numa agenda profissional. Menos glamour e mais trabalho.
Mantém-se o sentimento de incerteza. E sinónimo dessa incerteza, ou “esperar para ver”, é o número de investidores com quem tentámos marcar reuniões no MIPIM e nos anunciaram que nem sequer iriam estar presentes.
A par de muitos investidores e promotores que estão no modo ‘wait and see’, temos já proprietários e vendedores que reconhecem que ‘cash is king’. Há já quem reconheça que é mais realista realizar vendas a desconto e cristalizar menos valias, face aos preços algo inflacionados de 2006/2007, permite criar liquidez para aproveitar o facto de estarmos num dos melhores mercados para ir às compras dos últimos 15 anos.
A descida das taxas de juro veio tirar alguma da pressão do mercado. Mas veio também “ajudar” quem ainda não reconhece que os preços mudaram. E não resolveu o facto de continuar a ser muito difícil, nalguns casos impossível, obter crédito para a promoção e investimento imobiliários.
De Lisboa a Moscovo, de Londres a Istambul: toda a Europa está à venda. E os compradores são poucos, selectivos e não estão com pressa para comprar.
A última moda tem efeitos menos bons para países-satélite como Portugal: os investidores pan-europeus querem na sua maioria investir nos mercados core, ou seja, Inglaterra, França, Alemanha e Holanda.
A notícia que em Londres se conseguem comprar alguns edifícios com yields líquidos de 7 a 8% faz com que muitos investidores alemães, espanhóis ou franceses se desloquem para aquele mercado. E que, quando apresentamos alguma oportunidade num mercado como Lisboa, nos é transmitido sempre o mesmo argumento: “Podendo comprar em Londres a 7,5%, porquê comprar em Lisboa a 6,5%?”
Portugal está a passar de moda. Leis que retiram segurança aos investidores, com constantes alterações das regras do jogo, como sejam a fiscalidade dos fundos fechados ou o regime do IVA no imobiliário, que tendo sentido face aos abusos praticados por alguns grupos locais, fazem pagar o justo pelo pecador, são tudo factos que levam alguns dos maiores e principais investidores europeus a riscar Portugal do mapa.
O investimento imobiliário é uma área chave da economia: representa a aplicação de pequenas e grandes poupanças a nível mundial, num sector base da economia, que cria a infra-estrutura onde trabalhamos, vivemos e consumimos. Um mercado de investimento saudável permite reequilibrar balanços, construir estratégias de saída para empresas, promotores, investidores.
A competitividade do nosso mercado passa pela capacidade que possamos ter em reconhecer duas necessidades imperiosas:
1. Rever as expectativas de preço incorporando um prémio de risco por sermos uma economia marginal e descapitalizada;
2. Introduzir reformas cirúrgicas e pontuais na nossa fiscalidade e burocracia que, não pondo em risco a receita fiscal do estado, criem uma base transparente e equitativa de quem investe milhões de euros no nosso país.
As más notícias são de que há uma convicção generalizada que é necessário rever os preços dos activos em baixa. As boas, é que há um imenso stock de capital à procura de investimentos seguros - mas ao preço certo!
Uma edição que reflecte o estado mercado: dizem (não confirmei!) que em lugar dos 29.318 participantes de edições passadas, 2009 teve cerca de 18.000. Um MIPIM com muito menos gente, menos entusiasmo e ambiente de festa, mas um grupo de pessoas focada numa agenda profissional. Menos glamour e mais trabalho.
A par de muitos investidores e promotores que estão no modo ‘wait and see’, temos já proprietários e vendedores que reconhecem que ‘cash is king’. Há já quem reconheça que é mais realista realizar vendas a desconto e cristalizar menos valias, face aos preços algo inflacionados de 2006/2007, permite criar liquidez para aproveitar o facto de estarmos num dos melhores mercados para ir às compras dos últimos 15 anos.
A descida das taxas de juro veio tirar alguma da pressão do mercado. Mas veio também “ajudar” quem ainda não reconhece que os preços mudaram. E não resolveu o facto de continuar a ser muito difícil, nalguns casos impossível, obter crédito para a promoção e investimento imobiliários.
De Lisboa a Moscovo, de Londres a Istambul: toda a Europa está à venda. E os compradores são poucos, selectivos e não estão com pressa para comprar.
A última moda tem efeitos menos bons para países-satélite como Portugal: os investidores pan-europeus querem na sua maioria investir nos mercados core, ou seja, Inglaterra, França, Alemanha e Holanda.
A notícia que em Londres se conseguem comprar alguns edifícios com yields líquidos de 7 a 8% faz com que muitos investidores alemães, espanhóis ou franceses se desloquem para aquele mercado. E que, quando apresentamos alguma oportunidade num mercado como Lisboa, nos é transmitido sempre o mesmo argumento: “Podendo comprar em Londres a 7,5%, porquê comprar em Lisboa a 6,5%?”
Portugal está a passar de moda. Leis que retiram segurança aos investidores, com constantes alterações das regras do jogo, como sejam a fiscalidade dos fundos fechados ou o regime do IVA no imobiliário, que tendo sentido face aos abusos praticados por alguns grupos locais, fazem pagar o justo pelo pecador, são tudo factos que levam alguns dos maiores e principais investidores europeus a riscar Portugal do mapa.
O investimento imobiliário é uma área chave da economia: representa a aplicação de pequenas e grandes poupanças a nível mundial, num sector base da economia, que cria a infra-estrutura onde trabalhamos, vivemos e consumimos. Um mercado de investimento saudável permite reequilibrar balanços, construir estratégias de saída para empresas, promotores, investidores.
A competitividade do nosso mercado passa pela capacidade que possamos ter em reconhecer duas necessidades imperiosas:
1. Rever as expectativas de preço incorporando um prémio de risco por sermos uma economia marginal e descapitalizada;
2. Introduzir reformas cirúrgicas e pontuais na nossa fiscalidade e burocracia que, não pondo em risco a receita fiscal do estado, criem uma base transparente e equitativa de quem investe milhões de euros no nosso país.
As más notícias são de que há uma convicção generalizada que é necessário rever os preços dos activos em baixa. As boas, é que há um imenso stock de capital à procura de investimentos seguros - mas ao preço certo!
Mais artigos do Autor
Mudar de vida
08.06.2010
Portugal visto do MIPIM
05.04.2010
Auto-estradas: Precisam-se!
07.12.2009
Portugal visto do MIPIM
17.03.2009