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21 de Outubro de 2012 às 23:30

O Sporting e a Lei de Murphy

O Sporting precisa de tomar decisões rápidas. E precisa de dirigentes à altura de uma situação de crise única. Sem resultados desportivos não haverá recuperação financeira. E se esta não se concretizar tudo vai correr mesmo mal. O Sporting não tem muito tempo para recuperar

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O Sporting começa a ser como o trapezista com tonturas que, ao olhar para baixo, descobre que ninguém se lembrou de colocar uma rede de segurança. Se a vida financeira dos chamados "três grandes" é hoje uma tragédia à espera de acontecer, presos entre a dívida e o défice, o Sporting acrescenta a isso um problema ainda mais visível para os adeptos: não vence, não convence, está a ser ultrapassado pelo Sporting de Braga no acesso à Liga dos Campeões e vive uma instabilidade na sua equipa de futebol que começa a ultrapassar todos os limites do bom-senso. Os resultados da SAD sportinguista, com prejuízos nos dois últimos exercícios a aproximarem-se de níveis calamitosos, começam a estrangular a sua capacidade de financiamento e de investimento. E o problema é que os resultados desportivos não mostram capacidade para inverter esta tendência negativa.

A política desportiva das últimas direcções do Sporting parece uma aplicação certeira de uma Lei de Murphy: "Se alguma coisa puder correr mal, correrá mal". A aposta na Academia para ser uma fonte regular de rejuvenescimento do plantel e de rentabilização deixou de ser levada a sério; a contratação de pretensos "craques" tem sido feita sem conta nem medida, traduzindo-se num lucro para os intermediários e não para o clube ou para a equipa; treinadores vão sendo queimados de forma sucessiva, como se não existisse amanhã. Tudo isto tem como epílogo resultados desportivos muito abaixo do exigível para um clube com a história do Sporting.

A última chicotada psicológica, com o afastamento do Sr. Sá Pinto e a colocação como treinador interino do Sr. Oceano, e sem se vislumbrar pressa ou ideias coerentes para a contratação de um treinador, prova que o caos está instalado no núcleo duro da direcção do futebol leonino. Não há direcção e não há gestão. Sem estratégia, a táctica seguida pela equipa de futebol torna-se a de um exército sem general e sem objectivo. É isto que torna francamente desesperante o estado actual do Sporting: o seu passado está a ser destruído pelo presente e sem que haja esperança no futuro. O perigo de o Sporting se tornar um novo Belenenses é real. Da mesma forma que o crescente peso do Braga (clube com resultados positivos a nível financeiro e desportivo) como "terceiro grande" torna as hipóteses do Sporting mais difíceis num país onde as receitas do futebol vão baixar. Só a Liga dos Campeões será o tónico para as melhores equipas do nosso campeonato.

O Sporting precisa de tomar decisões rápidas. E precisa de dirigentes à altura de uma situação de crise única. Sem resultados desportivos não haverá recuperação financeira. E se esta não se concretizar tudo vai correr mesmo mal.
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