Opinião
Octávio Teixeira - Economista e ex-deputadodo PCP
18 de Setembro de 2012 às 23:30
Não se pode ignorar o povo
Uma multidão impressionante de cidadãos deu voz à sua revolta contra a política de austeridade erigida em virtude única e suprema, e em particular contra a redução generalizada de salários resultante das pretendidas alterações na taxa social única, dizendo que já basta.
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Após a censura generalizada - centrais sindicais, associações patronais, economistas de vários quadrantes políticos, … - de que foi alvo a medida de aumento da contribuição social dos trabalhadores por si anunciada, Passos Coelho apelou a que a maioria silenciosa se pronunciasse.
A resposta a esse apelo foi dada pelas manifestações que decorreram por todo o país no dia 15. O Governo viu, ouviu e leu, não a pode ignorar. Uma multidão impressionante de cidadãos deu voz à sua revolta contra a política de austeridade erigida em virtude única e suprema, e em particular contra a redução generalizada de salários resultante das pretendidas alterações na taxa social única, dizendo que já basta.
O Governo não o pode sofismar.
Todo o Governo, não apenas a componente PSD. Paulo Portas pode ter tido opinião diferente e defendido outros caminhos mas, a verdade é que aceitou, co-responsabilizando-se e ao CDS. Não pode agora alegar que o fez "porque isso conduziria a uma crise nas negociações com a missão externa", pois o chefe de missão do FMI foi claro ao afirmar que a alteração na TSU foi uma ideia "criativa" apresentada pelo Governo.
Todo o Governo, a começar pelo primeiro-ministro. O erro crasso não se resolve com uma "modulação" da medida, mas só com o seu abandono definitivo e a inversão da política de empobrecimento dos trabalhadores e reformados, de destruição da economia e de desemprego galopante.
Será esse recuo uma desautorização do primeiro-ministro? Admito. E não o será a convocação do ministro das Finanças para prestar esclarecimentos no Conselho de Estado de que Passos Coelho faz parte? Mas a questão essencial, e urgente, é dar resposta à razão do povo. Em democracia há sempre alternativas, económicas e políticas.
Economista e ex-deputado do PCP
A resposta a esse apelo foi dada pelas manifestações que decorreram por todo o país no dia 15. O Governo viu, ouviu e leu, não a pode ignorar. Uma multidão impressionante de cidadãos deu voz à sua revolta contra a política de austeridade erigida em virtude única e suprema, e em particular contra a redução generalizada de salários resultante das pretendidas alterações na taxa social única, dizendo que já basta.
Todo o Governo, não apenas a componente PSD. Paulo Portas pode ter tido opinião diferente e defendido outros caminhos mas, a verdade é que aceitou, co-responsabilizando-se e ao CDS. Não pode agora alegar que o fez "porque isso conduziria a uma crise nas negociações com a missão externa", pois o chefe de missão do FMI foi claro ao afirmar que a alteração na TSU foi uma ideia "criativa" apresentada pelo Governo.
Todo o Governo, a começar pelo primeiro-ministro. O erro crasso não se resolve com uma "modulação" da medida, mas só com o seu abandono definitivo e a inversão da política de empobrecimento dos trabalhadores e reformados, de destruição da economia e de desemprego galopante.
Será esse recuo uma desautorização do primeiro-ministro? Admito. E não o será a convocação do ministro das Finanças para prestar esclarecimentos no Conselho de Estado de que Passos Coelho faz parte? Mas a questão essencial, e urgente, é dar resposta à razão do povo. Em democracia há sempre alternativas, económicas e políticas.
Economista e ex-deputado do PCP
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