Opinião
Octávio Teixeira - Economista e ex-deputadodo PCP
24 de Julho de 2012 às 23:30
Meditar e inverter é preciso
São resultados de molde a arrepiar qualquer cidadão com sensibilidade social mediana.
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Os resultados do inquérito do INE às condições de vida e rendimento em 2010 dizem-nos, em síntese, que os indicadores de pobreza se agravaram apesar da redução do valor nominal do limiar considerado, que mais de 1800 mil pessoas estavam abaixo desse limiar, que a taxa de risco é mais elevada nas famílias com crianças dependentes (os homens e mulheres de amanhã), que a população em risco de pobreza e exclusão social ascendia a mais de 2500 mil cidadãos, que sem pensões e prestações sociais teríamos naquela situação cerca de 4500 mil pessoas e que se agravou a desigualdade na distribuição do rendimento.
São resultados de molde a arrepiar qualquer cidadão com sensibilidade social mediana. Mas não olvidemos que se referem a 2010, antes do programa de resgate que impõe austeridade brutal sobre os cidadãos, com o aumento do desemprego e a redução do número de desempregados com subsídio, o congelamento e redução das pensões, do abono de família, do rendimento social de inserção, do complemento solidário para idosos, a redução dos salários, …
Imaginemos o que nos dirá o inquérito relativo a 2012. Todos temos o dever de o fazer, em especial os responsáveis pelas políticas prosseguidas e seus apoiantes. Não para anteciparmos o que será o quadro negríssimo do país quanto à pobreza, mas para que se medite e inverta esta corrida criminosa para a desgraça crescente.
No mínimo dos mínimos mais mínimos, que se inverta a situação de Portugal ser o país em que é mais regressivo o peso das medidas de austeridade, que atingem fundamentalmente os que menos têm e mais necessitam.
Miguel Torga escreveu que ao país "falta-lhe o romantismo cívico da agressão" e "somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados". Até quando?
*Economista e ex-deputado do PCP
São resultados de molde a arrepiar qualquer cidadão com sensibilidade social mediana. Mas não olvidemos que se referem a 2010, antes do programa de resgate que impõe austeridade brutal sobre os cidadãos, com o aumento do desemprego e a redução do número de desempregados com subsídio, o congelamento e redução das pensões, do abono de família, do rendimento social de inserção, do complemento solidário para idosos, a redução dos salários, …
No mínimo dos mínimos mais mínimos, que se inverta a situação de Portugal ser o país em que é mais regressivo o peso das medidas de austeridade, que atingem fundamentalmente os que menos têm e mais necessitam.
Miguel Torga escreveu que ao país "falta-lhe o romantismo cívico da agressão" e "somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados". Até quando?
*Economista e ex-deputado do PCP
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