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Caça aos impostos

A tradição portuguesa leva sempre à vitória da lei de Murphy quando estamos em crise económica. A pior hipótese é sempre a vencedora.

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A tradição portuguesa leva sempre à vitória da lei de Murphy quando estamos em crise económica. A pior hipótese é sempre a vencedora. A crise do Estado está a ser feita através do confisco fiscal sobre tudo o que, até agora, se movia. Os impostos são a guilhotina do Estado. Aumentou tudo, do IVA ao IRS.

A crise é sempre assim em Portugal: fica-se com a noção que algo se move, mas tudo fica na mesma. Os impostos nascem como cogumelos selvagens. E envenenam a sociedade. Não contente com estar a transformar Portugal num país que trabalha para pagar impostos e comer menus salsicha de 2,99 euros, o Governo vem agora descobrir uma nova alquimia.

Arranjou algum dinheiro, a que juntará algum do confisco do subsídio de Natal, para emprestar às autarquias para que estas paguem dívidas inimagináveis. Não é maná do céu, ao contrário do que alguns crentes poderiam pensar. Para alegria do ministro Miguel Relvas, tenta-se assim demonstrar que o poder autárquico não está à beira do abismo. Está no abismo e só se espera que, como as autonomias espanholas, não cause o descalabro total das contas do Estado. Assim o Governo empresta às autarquias. E estas comprometem-se a alguma austeridade? Não, ficam com rédea solta para também elas irem à caça dos cidadãos com IMIs e derramas mais elevadas.

Portugal transformou-se, de alto a baixo, num imenso território de caça aos impostos. Não há zonas protegidas. Os cidadãos são coelhos e lebres para o Governo e as autarquias. A crise está a servir para tornar Portugal num manicómio fiscal. E depois ainda se chama a tudo isso, bondosamente, um acordo entre Governo e autarquias.
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