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30 de Junho de 2015 às 19:14

"Stop Talking, Start Doing"

Foi inevitável alguma desilusão com o livro, mas a culpa nasceu nas expectativas altas. Em todo o caso parece ser obrigatório para os profissionais dos "mercado da motivação" e da "concretização de potencial" porque aqui encontrarão muitas frases e conceitos com impacto indiscutível.

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Apesar de ter sido publicado há quase quatro anos, senti vontade em finalmente ler "Stop Talking, Start Doing". Já conhecia o título há algum tempo, por ter aparecido em algumas listagens de 2011 e 2012 em primeiro lugar nos "rankings" dos chamados "Business Books" no Reino Unido, mas recentemente foi-me recomendado pessoalmente. Olhando para a capa, notam-se os elogios de Seth Godin e de Sir Ranulph Fiennes, um dos maiores exploradores a nível mundial. Quando assim é, ou o livro é fantástico ou estamos perante uma bela construção de marketing.

 

O título não engana - os autores querem ajudar a eliminar as barreiras entre as ideias, desejos e planos e a sua concretização. É um tema recorrente nos livros de negócios e de autoajuda, em que normalmente se detetam facilmente os problemas, mas em que não se consegue produzir o milagre de levar à ação. A grande diferença neste "Stop Talking, Start Doing" é a forma. Em vez de termos uma sequência de textos longos, o que nos é proposto é o recurso à imagem, fotografia e banda desenhada, entremeados por parágrafos muito curtos.

Completamente "tablet friendly". A linguagem é tremendamente informal, pelo que o ganho em proximidade perde-se no rigor e até na credibilidade. Sucedem-se as citações, lendas, histórias e pequenos jogos, que são na sua maioria já conhecidos. As citações vão de Daniel Pink a Winnie the Poo, passando por Einstein, Muhammad Ali e Maslow. Até a história do post-it da 3M é recuperada, pelo que um leitor mais treinado já deve ter percebido o estilo deste livro que acaba por ser rapidíssimo e fácil de ler. Diria que se existe o "fast food" na forma de um livro de negócios, pois bem, é "Stop Talking, Start Doing".

 

Não sejamos preconceituosos. A "comida rápida" tem as suas vantagens, o seu valor e o seu lugar. As mensagens, ao longo das seis partes, passam de forma simples e até eficiente. A maioria do livro nada traz de novo, mas quando o inimigo é a procrastinação, quase todas as armas são legítimas! A 3.ª parte -"Fear and Regret" - é a melhor. São interessantes as frases que demonstram que é comum travarmos uma guerra interna entre as nossas virtudes e os nossos vícios (estes últimos numa perspetiva mais ampla). Também agrada a reflexão sobre a potencial armadilha criada pela vida que já temos e que nos leva a arriscar menos. Isso é o óbvio, mas é interessante ver a questão de outra forma: se temos tanto medo de perder, talvez seja porque não precisamos de arriscar. E se até estivermos bem como estamos?

 

Em resumo, foi inevitável alguma desilusão com o livro, mas a culpa nasceu nas expectativas altas. Em todo o caso parece ser obrigatório para os profissionais dos "mercados da motivação" e da "concretização de potencial" porque aqui encontrarão muitas frases e conceitos com impacto indiscutível. Apenas não são disruptivos…

 

Autor: Sháá Wasmund e Richard Newton

Editora e Data: 2011 - Capstone

Frase: "But the downside of this world of oportunity (…) is a world that seduces us into drifting trough life"

Keywords: "Starting"; "Taking Control"; "State of Flow"; "Fear"; "Regret"; "Prioritize"

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