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20 de Maio de 2015 às 19:50

"Mastermind - Pensar como Sherlock Holmes"

Este é um livro sobre os hábitos de pensamento. Maria Konnikova, a autora, começa por nos transportar até à nossa infância e desafia-nos a recordar como víamos o mundo.

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"Quando somos crianças, somos extremamente atentos, estamos concentrados, lembramo-nos, estamos motivados e envolvidos". Depois, quando envelhecemos, acreditamos que já vimos tudo e que podemos conjeturar livremente sobre as coisas e acertar sempre nas conclusões e previsões.

 

É com base nestas ideias de atenção, envolvimento e necessidade de evitar conjeturas que a autora nos apresenta o conceito de "Sótão do Cérebro", um espaço de armazenamento e organização da informação e do conhecimento. A forma como o "sótão" é arrumado - o que para lá levamos e como organizamos - é decisiva na capacidade de raciocinar de forma clara e de aproveitar as experiências e conhecimento do passado.

 

O fio condutor de "Mastermind - Pensar como Sherlock Holmes" é, como seria de esperar, a criação de Sir Arthur Conan Doyle. Konnikova recorre à forma como o conhecido detetive observa, filtra, analisa cada pormenor que envolve os seus casos para construir um arquétipo de como deveríamos proceder em termos de atenção, observação e raciocínio. Faz-se o contraponto entre o detetive e o seu auxiliar, polarizando as virtudes e os defeitos de cada um, algo que Conan Doyle também faz de forma premeditada. Konnikova distingue entre o "Sistema Watson" e o "Sistema Holmes". O primeiro corresponde a um processo rápido, intuitivo e reativo, que segue o caminho da menor resistência em que primeiro se acredita e só depois se questiona. O "Sistema Holmes" é mais lento, deliberado, completo e lógico. Segundo a autora, o truque de Holmes consiste numa dose saudável de ceticismo em vez da credulidade, que é o estado natural da nossa mente.

 

"Mastermind - Pensar como Sherlock Holmes" é um livro um pouco longo (quase 300 páginas), mas divertido. O essencial encontra-se condensado nos capítulos 1, 2 e 7, mas um fã de Conan Doyle ficará agradado e impressionado pela ligação constante entre a mensagem do livro e Holmes.

 

Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros

 

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

 

 

Autor: Maria Konnikova

 

Editora e Data: 2014 - Pergaminho (original de 2013)

 

Frase: "Também nós podemos deixar-nos levar a acreditar que as fadas - ou a nossa versão delas - são reais. Só é preciso o ambiente certo e a motivação certa."

 

Keywords: "Atenção"; "Motivação"; "Envolvimento"; "Fator Blasé"; "Sistema Watson vs. Sistema Holmes"; "Sótão do Cérebro"; "Conjeturas".

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