Ter objectivos é essencial para se traçar uma estratégia e planear o rumo de acordo com a meta a atingir. Mais importante do que "ter" objectivos, é que os objectivos a alcançar sejam bons. Isso acontece quando um objectivo não se esgota em si próprio e aspira a mais do que a sua simples conquista.

Um objectivo bom vai para além dos próprios protagonistas que o lançaram, não morrendo com os seus mentores. São objectivos potenciadores de dinâmicas de crescimento e desenvolvimento de posteriores acções, pois atingem os alvos e abrem novas perspectivas e horizontes. Um objectivo bom já indica o caminho para a resolução dos problemas.

Para "seleccionar" objectivos destes é preciso saber identificar o problema, ir às causas reais dos assuntos. As boas soluções surgem perante as boas questões e essas não podem ser generalistas. É necessário ir ao autêntico, definindo objectivos realistas, quantificáveis e verificáveis. Se um problema estiver mal focado, perder-se-á tempo e esforço a lutar por um objectivo nada resolve e em nada resulta.

Um bom objectivo permite delimitar as metas, canalizar os esforços adequados e faz aumentar a motivação das pessoas envolvidas ao saberem que se estão a empenhar por algo que vale realmente a pena e que resolverá algo de concreto.

Nos dois filmes escolhidos há uma característica comum: os protagonistas decisivos são os mais pequenos e os menos dotados. Mas ambos sabem reconhecer o que está em jogo e marcam um objectivo. A partir daí, todas as suas acções vão ao encontro desse fim muito superior a si mesmo e aos meros interesses de si próprios.

"Uma Separação"

Realizador Asghar Farhadi
Atores Payman Maadi, Leila Hatami, Sareh Bayat
Duração 123 min.
Ano 2011

Este filme iraniano foi o grande vencedor do óscar para "melhor filme estrangeiro" de 2011 ao abordar uma questão essencial à natureza humana: a importância da estabilidade familiar na vida profissional e pessoal de cada um.

Tudo começa com um casal que pretende separar-se. Esse passo vai ter repercussões na vida de todos os envolvidos, os pais a e filha, afectando as suas relações, capacidades e emoções, tanto no ambiente laboral como em casa. Tem um impacto que abala estruturalmente não só essa família mas todos os que estão em seu redor.

A filha perante esta situação vai fazer tudo para conseguir a união. No dia em que os pais se separam desencadeiam-se vários problemas tanto no local de trabalho do pai como na escola da pequena. Ela não está preocupada somente consigo própria mas dá-se conta que para resolver todas as confusões que se vão avolumando, a unidade entre todos é a solução. Mas não quer hipocrisias. Quer a verdade dos factos e que cada um corrija as atitudes erradas.

Por vezes engana-se nos passos que dá, mas como sabe bem o que quer, volta ao rumo traçado sem desistir. No final, ultrapassam juntos alguns dos problemas surgidos, mas será só a forte defesa do objectivo último por parte da filha que levará os pais a reconsiderar o que está verdadeiramente em jogo para o bem de todos.

Tópicos de análise 

• É mais fácil lutar por objectivos estruturantes na vida de cada um.

• Defender um objectivo pode custar mas isso só revela o seu real valor.
• Esforçar-se por alcançar um objectivo implica atenção aos pormenores.

"O Hobbit, Uma Viagem Inesperada"

Realizador Peter Jackson
Atores Martin Freeman; Ian McKellen
Duração 168 min.
Ano 2012

Depois do sucesso de "O Senhor dos Anéis" torna a ser adaptado ao cinema mais uma obra do escritor J. R. Tolkien. Este filme é o primeiro de uma nova trilogia narrando a história de Bilbo, o pequeno "Hobbit" que no decorrer de várias peripécias, encontrará um anel que alterará o rumo da sua vida e do seu mundo.

Torna-se claro desde o início que os Hobbits apreciam o aconchego da casa, do calor familiar e do equilíbrio emocional entre a vida pessoal e a profissional. De repente, a vida do pacato Bilbo vê-se confrontada com um desafio: levar a paz e a justiça a todo um povo que há séculos procura reconquistar a sua pátria e o seu lar. Dá-se conta que poderia fazer a diferença e contribuir para um objectivo pelo qual valia a pena correr riscos. Sabe que coloca a sua própria vida em perigo, mas sente que pode ser útil. O que seriam desvantagens como a sua pequena estatura, transformam-se em potencialidades de vitória.

Além disso, sente-se honrado por ter sido escolhido e dá o melhor de si através de gestos concretos, acabando por conquistar a confiança de todo o grupo. Não fala em "teorias" mas avança para acções "práticas" vencendo o medo e hesitações. Sabe o que está em jogo e luta por esse objectivo. Não quer apenas sobreviver mas cooperar em algo que será bom para todos e que permanecerá pelo tempo fora.

Tópicos de análise

• Lutar por um bom objectivo motiva cada um dos envolvidos.

• Só com objectivos bem claros se deve traçar a estratégia para os atingir.
• Ter bem presente o objectivo ajuda a manter o rumo no meio do imprevisto.