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17 de Setembro de 2018 às 21:03

Ser contabilista nos dias de hoje

Comemora-se na sexta-feira, 21 de setembro, o Dia Nacional do Contabilista. Esta data assume especial relevância por ser a primeira vez que se celebra o Dia de São Mateus, o padroeiro dos contabilistas.

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Para assinalar este marco, a Ordem organiza uma conferência no Porto na qual vão participar o ex-ministro das Finanças, Bagão Félix, e o alpinista, João Garcia. Será uma tarde em que se falará sobre o futuro da profissão, os desafios éticos e deontológicos, sendo o encerramento ocupado com uma sessão de natureza motivacional. Será um momento para escalpelizar os desafios, as oportunidades e as ameaças com que estes profissionais se confrontam.

 

As dificuldades estruturais da profissão estão identificadas: condições de trabalho precárias, avenças baixas, instabilidade e insegurança na legislação fiscal e contabilística, concorrência desleal e necessidade de formação permanente.

 

Feito o diagnóstico, o Conselho Diretivo da Ordem, que iniciou funções em março, colocou mãos à obra. Antes de mais para melhorar a qualidade de vida dos contabilistas certificados e consequentemente de milhares de famílias que veem o seu quotidiano afetado pelo excesso de horas de trabalho. Perante uma atividade tão absorvente, é escasso o tempo que lhes sobra para a família e, necessariamente, para outras atividades.

 

Estamos a fazer um grande esforço para aliviar a carga de trabalho, nomeadamente com a redefinição do calendário fiscal e reposicionando os profissionais junto da Autoridade Tributária, do tecido empresarial e da sociedade civil, no sentido de reforçar o reconhecimento face ao trabalho desenvolvido nas pequenas e médias empresas, no seu contributo inestimável para a economia nacional e no cumprimento de obrigações fiscais de sujeitos passivos. No fundo, libertar os contabilistas para se focarem, mais pormenorizadamente, na análise e acompanhamento dos clientes, o seu principal know-how.

 

Não é novidade dizer que esta é, porventura, das profissões mais exigentes do ponto de vista do conhecimento e da atualização. Mas bem sabemos que um profissional tecnicamente competente, mas com um comportamento ético e deontologicamente reprovável, fica automaticamente excluído de ser considerado um contabilista recomendável. O dever de lealdade entre colegas é uma premissa crucial.

 

Queremos tornar esta numa profissão de vanguarda e, para isso, é necessário o compromisso e o empenho de todos. Das gerações de contabilistas mais antigas, até às que agora dão os primeiros passos. Os profissionais serão tanto melhor quanto mais orgulho e motivação tiverem na execução diária das suas tarefas.

 

Com a revolução digital muitos empregos serão destruídos, mas outros sofrerão uma grande reinvenção. O de contabilista certificado é um deles. Temos de nos preparar para essa transformação. Os que melhor souberem agarrar as oportunidades vão sair valorizados face aos restantes. É este novo perfil de contabilista, assente numa cultura geracional de viragem, que estamos a construir. Numa classe tão vasta e heterogénea – composta por mais de 70 mil profissionais - assumimos que não será tarefa fácil evitar que alguns fiquem pelo caminho.
Queremos contar com todos e por isso estamos a sensibilizá-los para a mudança que a Ordem está a liderar.

A celebração do "nosso" dia é mais um ensejo para debater o rumo que queremos seguir. Juntos!

 

Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados

 

Artigo redigido em conformidade com o Novo Acordo Ortográfico

 

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