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Esta é a ideia de negócio da Match Photos, que depois de trabalhar individualmente com vários clubes de futebol, para esta época desportiva assinou um acordo com a Liga Portugal para incorporar a nova plataforma de serviços partilhados, o que permite a qualquer um dos 18 emblemas da Liga NOS aceder e ter esta cobertura durante os jogos. Garantida está a repetição desta experiência na próxima Final 4 da Allianz Cup, em Braga, assegurando o sócio da empresa, Duarte Magalhães, que "está em negociações" com a Federação de futebol para cobrir os jogos da Selecção.
Captadas através de câmaras espalhadas pelo estádio, as fotografias são de acesso gratuito. Quem paga o serviço é o próprio clube ou um patrocinador associado a esse jogo, que assim pode multiplicar a visibilidade. Na última temporada cobriu mais de 50 jogos, em resultado das parcerias com o Boavista, Rio Ave e Vitória de Guimarães para os jogos no seu estádio, e com o Desportivo das Aves apenas nas partidas com os três "grandes".
"Os clubes em Portugal sentem uma grande dificuldade em levar pessoas ao estádio. Vemos jogos com três mil adeptos, a 15% da capacidade. Isto pode potenciar um maior 'engagement' porque podem guardar e partilhar esses momentos nas redes sociais, fazendo a imagem do clube chegar mais longe. Aumenta a visualização dos jogos e da envolvente, a fidelização e pode potenciar uma fonte de receitas", resumiu Duarte Magalhães.
O embrião é de 2015, quando Vasco Vinhas, outro dos sócios da firma instalada no pólo do UPTEC, em Matosinhos, correu a primeira maratona e, após cortar a meta, lhe pediram 60 euros por uma fotografia. Além do preço, ainda teve de procurá-la entre milhares de outros atletas. Ora, da resposta aos dois problemas - conseguir identificar automaticamente as pessoas na fotografia e a preço reduzido - surgiu a Running Photos e depois a "spin-off" dedicada ao desporto-rei.
À boleia do sucesso no atletismo, em Janeiro de 2017 receberam um investimento da Red Angels. "Eles perceberam que o ponto-chave era a identificação das pessoas de forma automática nas fotografias, porque o algoritmo pode ser aplicado a qualquer coisa: festivais, concertos, câmaras de vigilância, etc. Reconhecendo essa mais-valia, lançaram o repto: e se adaptássemos isto ao futebol?", recorda o gestor.
A internacionalização é o próximo passo. Os EUA são "o grande objectivo", mas vão arrancar em Espanha, onde já têm contactos avançados para fazer testes com o Las Palmas, da segunda divisão, "para depois chegar à primeira e conseguir expandir a mais clubes".
Segredo na identificação e imagens certas
A identificação automática é o factor diferenciador da Match Photos, que investiu em equipamentos e vê potencial concorrência.
A alma do negócio com vários "encaixes"
• O maior "segredo" do negócio é o código que, "seja em que ambiente for", permite identificar automaticamente as pessoas que aparecem nas fotografias.
• A empresa pode ganhar dinheiro de duas formas: ou o cliente paga o serviço à cabeça ou remunerada com base nas visualizações que advierem de um determinado jogo.
Rápida e automática na captação de imagem
• Jogos são fotografados com uma pequena estrutura de máquinas com tripés e um braço giratório vai ajudar a captar reacções.
• Equipamento tem mecanismo accionado quando há incidências do jogo e é fácil de montar: basta chegar 20 minutos antes do jogo.
• Embora ninguém faça o mesmo que a Match Photos, uma das ameaças é precisamente "aparecer alguém que faça algo idêntico".
• Outra ameaça é "não haver tracção a nível internacional". Isto é, este serviço não ser considerado atractivo pelos espectadores, clubes e patrocinadores.
Perguntas a Duarte Magalhães
Sócio da Match Photos
"Há mais espectáculo do que jogo nos EUA"
O responsável da Match Photos explica por que razão acredita no potencial de negócio no mercado americano.
Por que é que os EUA seriam atractivos?
Seriam atractivos, em primeiro lugar, porque lá quase que há mais espectáculo do que jogo. Vemos o caso da NBA {basquetebol masculino] em que há mais espectáculo fora de campo, com todas as animações que há, do que no jogo em si. Por isso é que dizemos que nos EUA o jogo é um espectáculo. Quando vamos lá, estamos entretidos durante duas ou três horas.
Isso potencia um tipo de serviço como este?
Sim. Não há períodos mortos, há um sem número de interacções e achamos que isto se coaduna e encaixa perfeitamente como o que a Match Photos pretende oferecer. Os americanos têm mais formas de perpetuar os momentos do que nós no contexto europeu.
E as barreiras que identificam no mercado do outro lado do Atlântico?
Pode haver barreiras à entrada, ou seja, o produto não se encaixar no que são as pretensões dos espectadores americanos. Ou eventualmente uma possível Match Photos nascer do lado de lá e começar a fazer o mesmo que nós. Até agora não aconteceu, é pouco provável que aconteça, mas é sempre possível de se verificar.
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