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Conheça os dez projetos finalistas do concurso

Na corrida à segunda edição deste prémio estiveram concorrentes de vários setores, com destaque para as tecnologias de informação. Braga, Porto e Aveiro concentraram o maior número de candidatos.

09 de Janeiro de 2019 às 13:00
David Cabral Santos
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Vencedor: Algoritmos de Coimbra "seguram" pontes

Hoje em dia é fantástico ser português. Lá fora somos mesmo muito valorizados e reconhecem as qualidades da engenharia em Portugal.  Ricardo Carmona
Co-fundador da Matereo

Instalada no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, a Matereo desenvolveu um sistema de monitorização de pontes com inteligência preditiva, que permite a deteção precoce de danos e o fornecimento de diagnósticos estruturais precisos. Com cinco pessoas envolvidas no projeto a tempo inteiro, a plataforma tecnológica já está quase desenvolvida e este ano deve começar a "instrumentar" as primeiras pontes no mercado ibérico.

"Fazemos com que o comportamento da ponte seja previsível, para não acontecerem acidentes como o de Génova [em Agosto]. Temos sensores e sistemas de inteligência que estão sempre a correr cálculos e determinam se e onde tem algum dano, as medidas para corrigir e por quanto tempo se pode prolongar a vida da estrutura sem que haja problemas", resume Fernando Ferreira, um dos cinco quadros envolvidos neste projeto, que esteve no programa de incubação da Agência Espacial Europeia (SABES) que abre patentes para uso industrial.

Além dos privados, tem como concorrentes algumas unidades de investigação nas universidades que são capazes de implementar soluções integradas com software de análise de dados. Por outro lado, as próprias fabricantes de sensores acabam por prestar serviços de monitorização estrutural, embora apenas analisem estatisticamente os dados recolhidos.

A Matereo começou a surgir em 2014, depois de o atual CEO Jorge Vieira (ex-Mota-Engil) e Ricardo Carmona (ex-Martifer) terem identificado "algumas falhas de tecnologia" no mercado e perceberem que, nas grandes obras adjudicadas no estrangeiro, as construtoras portuguesas tinham quase sempre de recorrer a prestadores de serviços em Espanha ou na Alemanha. Juntaram-se a outros dois estudantes finalistas de Mecânica e começaram por fundar uma consultora de engenharia.

Para já, a empresa tem financiado aquela que será a principal área de negócio precisamente com os projetos de engenharia, que em 2017 renderam 70 mil euros, em particular nos mercados internacionais. No ano passado acabou um trabalho para a ampliação do aeroporto do Luxemburgo, cujo edifício central está em construção, e está agora a fazer um estudo de ventos para um estádio na Costa do Marfim.


Menção honrosa: Sabrinas de Braga no Pacífico

Estamos a tentar trabalhar o mercado americano de forma ainda mais local. A partir daqui não é tão viável, embora possa parecer. Maria Cunha
CEO e directora criativa da Josefinas 

A jovem empresa minhota de calçado começa a dar os primeiros "pulos" no continente asiático, com a venda através da Secoo, uma plataforma chinesa de marcas de luxo. Isto depois de conquistar os Estados Unidos, que valem cerca de 20% das vendas da marca através da Internet. Detida pela empresa de criação de websites BloomIdea (40%) e com a capital de risco Portugal Ventures também como acionista, desde que em 2016 investiu 940 mil euros, mais de metade dos cerca de três mil pares de sapatos rasos para mulher da Josefinas são vendidos todos os anos nos mercados internacionais.


Menção honrosa: Químicos entram nas fábricas

Ter um negócio para vender a militares, seja para que país for, é muito complicado. Não chega ter um bom produto; é preciso ter os canais certos.  Miguel Pimentel
CEO da Polyanswer 

Um fluido que se torna duro quando sujeito a um impacto, voltando logo depois à forma original? Este é o produto da Polyanswer, criada em 2014 e instalada no Avepark (Taipas), com aplicação nas proteções para desporto, motociclismo, calçado e luvas de trabalho ou placas balísticas. Com a patente já registada na Europa e nos Estados Unidos da América, a tecnologia desenvolvida por um grupo de especialistas em Química e Engenharia de Polímeros já recebeu quase 800 mil euros de financiamento e está a ser aplicada na indústria, com a venda de matéria-prima para materiais de trabalho ou desportivos.


Menção honrosa: Cobrar dívidas com inteligência

Um bom cliente atrasa-se dez dias e é tratado como bandido? Isso é a política comercial a ser totalmente defraudada pela área de cobranças.  Pedro Mendes
CEO e co-fundador da Invisible Collector 

Não vender um método de cobrança, mas um sistema que restabelece a confiança entre empresa e cliente. É o princípio da Invisible Collector, que recusa tratar a dívida como mero problema financeiro e cujo software recorre a inteligência artificial para gerir de forma eficiente os processos de recebíveis das instituições. Ao "interpretar aspetos tangíveis do comportamento do cliente na interação com o credor", a firma do Porto antecipa potenciais 'defaults', prevê 'cashflows' futuros e reduz custos operacionais". No primeiro ano geriu dívidas de 100 milhões de dólares em meio milhão de processos.


Matosinhos dispara SMS das empresas

A notícia da morte do SMS é claramente exagerada. Continua a ser a forma universal, transversal e de mais baixo custo para atingir as pessoas.  Vasco Vinhas
CEO e co-fundador da EZ4U 

Especializada nas áreas de SMS marketing - para informar o cliente sobre um desconto, por exemplo - e SMS transacional - como um código de segurança para validar transferências bancárias -, a plataforma da EZ4U é atualmente usada por mais de 2.500 clientes, como agências de viagens, partidos políticos, bancos, hospitais ou retalhistas. A partir de Matosinhos, onde trabalham cinco pessoas, assenta o negócio na subscrição e aquisição de pacotes de SMS, sem fidelização ou mensalidade.


Eternizar emoções nos estádios

Os clubes sentem grande dificuldade em levar pessoas ao estádio. Este serviço aumenta a visualização dos jogos, a fidelização e potencia receita. Duarte Magalhães
Sócio da Match Photos 

Instalada no UPTEC, a Match Photos recebeu em 2017 um investimento da Red Angels para avançar com a disponibilização de registos fotográficos dos adeptos nos estádios de futebol através de um inovador sistema de identificação. Após trabalhar individualmente com vários clubes, para esta época desportiva assinou um acordo com a Liga para incorporar a nova plataforma de serviços partilhados, o que permite a qualquer um dos 18 emblemas da Liga NOS aceder e ter esta cobertura.


Primas de Estarreja têm mel de aroma

Queremos estar em espaços com produtos inovadores, que nos valorizem pela diferenciação nos sabores, embalagem e pela qualidade. Ana Pais
CEO e co-fundadora da Beesweet 

Com sede em Oliveira de Azeméis, a Beesweet surge em 2015 pela mão das primas Ana Pais e Carla Pereira, que ficaram sem emprego quase ao mesmo tempo. A especialista em mel aromatizado - a escolha do setor foi uma espécie de "herança" do avô Augusto, apicultor nas horas vagas que fazia experiências com plantas - acaba de entrar no segmento do pólen e atualmente está à venda em lojas de sete países: França, Suíça, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Espanha e China.


Criativa da cortiça na Feira 'capital'

O mercado dos EUA tem imenso potencial. Além de abraçar novas marcas e conceitos, está em forte crescimento na parte 'vegan' e sustentável.  Daniela Sá
Fundadora da Najha 

Bolsas, sapatos, casacos, chapéus, cintos e outros acessórios trabalhados em cortiça e outros materiais orgânicos. Filosofia 'vegan' e sustentável direcionada à indústria da moda. Aposta no design, utilização de materiais naturais e produção com base na economia circular. Estes são os vários conceitos que se cruzam na construção da Najha, a marca fundada por Daniela Sá em Santa Maria da Feira, famosa pela indústria da cortiça, que em 2018 exportou mais de 20% da produção para a Europa.


Açoriana dá tenda e palco na América

A diáspora açoriana está concentrada nos EUA e Canadá. É natural sentir-me atraída pelo potencial de negócio e escala destes mercados.  Iva Raposo
Criadora da Amazing Thunder 

Iva Raposo estreou-se nos negócios com um fracassado franchising da rede Amo-te em Ponta Delgada, e está há 12 anos ligada à produção e organização de eventos e à ativação de marcas através do grupo All Events. O núcleo duro é formado por três pessoas, que nos eventos chega a subir para uma centena, tem o objetivo de entrar nos Estados Unidos e Canadá com a Amazing Thunder, cujo "core" são as tendas de grande formato e os palcos, numa parceria comercial com a Irmarfer.


"Ponte" de negócios com a Califórnia

A plataforma tem três áreas: para empresas e negócios, educação e cooperação, e turismo e lazer. Esta é a que vai trazer mais volume.  Célia Saraiva
Responsável da White Fox


A White Fox foi fundada em 2018 com o objetivo de criar uma plataforma de negócios e parcerias entre Portugal e a Califórnia, na sequência de uma bolsa que levou Célia Saraiva a visitar empresas tecnológicas e de consultoria nos EUA. Segundo a empreendedora, o portal apoiará o estabelecimento de "parcerias de negócio, formação, atividades de lazer ou networking" naquele estado americano, com a empresa a fornecer também serviços na área digital através da marca Fénix Digital.

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