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Cada vez mais "miúdos" pensam criar empresas depois do curso

Miguel Farinha, partner da EY, destaca o "espírito" empreendedor que invadiu Portugal nos últimos seis anos, relevando a importância de exemplos como a Farfetch, Outsystems ou Feedzai. O histórico, a proposta robusta e um plano de negócios para o futuro são requisitos essenciais para avaliar estes projetos.

António Larguesa alarguesa@negocios.pt 09 de Janeiro de 2019 às 15:00
Miguel Farinha notou que a exigência no prémio é "educativa" para os candidatos. David Cabral Santos
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A tendência "acentuou-se muito" desde o início da crise de 2008, mas "o crescimento foi exponencial" sobretudo nos últimos seis anos ao nível do empreendedorismo em Portugal. "Quando acabei o meu curso achava que o ideal era arranjar emprego numa grande empresa multinacional, numa consultora, num banco. E hoje em dia muitos miúdos acabam o curso a pensar criar a sua própria empresa, em desenvolver uma ideia de negócio que têm e trabalhar sobre ela", valoriza Miguel Farinha, partner da EY, destacando o "espírito" empreendedor da Farfetch, da Outsystems ou da Feedzai, que "são belíssimos exemplos de projetos que estão a triunfar fora de Portugal".

Parceria da FLAD para a realização deste prémio, a consultora reclama que faz um "trabalho contínuo com as start-ups, com as ideias emergentes que estão a aparecer", algo que até "faz parte do 'building a better working world' que está na missão" da EY para apoiar as empresas nas várias fases de desenvolvimento. E no caso específico deste concurso, o responsável sublinhou os requisitos de um histórico, de uma proposta robusta e de um plano de negócios para o futuro.

Poder ter acesso ao mercado americano é fantástico para qualquer empresa no início da sua fase de desenvolvimento [em que] está a contar os tostões para o mês seguinte.  MIGUEL FARINHA
Partner da EY 


"Este trabalho e exigência que colocamos acaba por ser educativo porque obriga [os candidatos] a ter essa pressão, a ter informação mais bem preparada, a pensarem mais sobre o seu negócio do que simplesmente entregar um PowerPoint com uma ideia. O questionário base tinha dezenas de perguntas muito específicas e tinham de pensar bem sobre o que estão a fazer para ter algum valor e poderem avançar para a fase seguinte", detalhou Miguel Farinha.

Por outro lado, a ligação desta iniciativa ao atrativo mercado americano, incluindo o prémio de passar um mês em contacto com o ecossistema empreendedor local, "é claramente uma mais-valia". Até porque "poder ter acesso àquele mercado é fantástico para qualquer empresa no início da sua fase de desenvolvimento [que] nesta fase estão a contar os tostões para o mês seguinte", completou o partner da EY.

O responsável citou mesmo o caso da Bitcliq, que venceu a primeira edição e teve nos EUA "a abertura a uma série de realidades que não teria em Portugal" e "uma exposição que de outra forma dificilmente teria". "Aproveitou muitíssimo. Quem vem da área das tecnologias de informação, passando o teste de ir a Silicon Valley, apresentar-se a 'venture capitals', etc., claramente está preparado para as fases seguintes", concluiu.

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