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Portuguesa Feedzai capta 200 milhões de dólares e passa a unicórnio
Uma ronda de financiamento de 200 milhões de dólares liderada pelo fundo KKR permitiu à empresa com origem em Coimbra atingir uma avaliação bem superior a mil milhões de dólares. É o quarto unicórnio português.
A portuguesa Feedzai, que opera no combate à fraude nos pagamentos através da inteligência artificial e "machine learning", atingiu uma avaliação "bem superior" a mil milhões de dólares depois de ter captado um investimento de 200 milhões de dólares através de uma ronda de financiamento liderada pelo fundo KKR.
O anúncio foi efetuado pela empresa em comunicado, onde dá conta que "o investimento assegura que esta tecnologia de ponta, pela qual somos conhecidos, tal como a experiência na prevenção de fraude e lavagem de dinheiro, vai continuar a expandir-se e desenvolver-se no futuro".
O encaixe obtido com esta operação será utilizado no desenvolvimento da plataforma cloud, na expansão internacional da empresa que nasceu em Coimbra e tem grandes bancos globais como clientes. "Estamos ansiosos por servir os nossos clientes na América do Norte, Europa, Médio Oriente, África e América Latina", diz o CEO, Nuno Sebastião, numa declaração no site da empresa.
Os atuais acionistas da Feedzai, como a Sapphire Ventures e Citi Ventures (que em 2017 investiram 50 milhões de dólares na companhia), também participaram nesta ronda de financiamento, que inclui a companhia no grupo restrito de quatro unicórnios portugueses. A Armilar Venture Partners também é acionista da Feedzai e a Sonaecom também entrou no capital da empresa.
A Feedzai junta-se assim ao grupo de unicórnios (start ups com avaliações superiores a mil milhões de dólares) em Portugal, onde já se encontram a Farfetch, OutSystems e a Talkdesk. A Garrigues, que assessorou a empresa portuguesa nesta operação, diz que a Feedzai fica avaliada em 1,3 mil milhões de dólares.
"Esta é a primeira vez que uma ronda de investimento desta magnitude, elevando uma empresa ao estatuto de unicórnio, é negociada e implementada totalmente a partir de Portugal", refere o comunicado da Garrigues, que dá conta que a equipa da firma de advogados foi "coordenada pelo sócio Mário Lino Dias, com a participação dos advogados José de Seabra Marcão e Inês Freire de Andrade, tendo representado a Feedzai e atuais acionistas de referência".
Pandemia ajuda negócio
A pandemia acabou por ter um impacto positivo na atividade da Feedzai, uma vez que acelerou os pagamentos digitais em todo o mundo, o que impulsionou a procura dos bancos por soluções de combate à fraude.
"Os crimes financeiros estão a aumentar de forma rápida. 2020 e a pandemia aceleraram este movimento ainda mais", refere Nuno Sebastião, que em declarações citadas pela Reuters admite aquisições para crescer.
A Feedzai foi fundada no em 2011 por Nuno Sebastião, Pedro Bizarro e Paulo Marques. Conta na sua carteira de clientes com grande parte dos maiores bancos globais, como o Citigroup e o Santander.
A Feedzai conta com mais de 500 empregados e tem nove escritórios que marcam presença em 190 países.