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Lagarde diz que cortar ou não juros em setembro "está em aberto" e "dependente de dados"

A presidente do BCE sublinhou, quando questionada sobre o que acontecerá na reunião agendada para daqui a cerca de dois meses, que "a questão do que faremos em setembro está em aberto e depende dos dados" que forem sendo recebidos.  Lagarde admite mesmo a possibilidade de a instituição adotar uma "política mais restritiva" se errar no combate contra a inflação.

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O futuro aos dados pretence. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, voltou a referir que a autoridade monetária não se compromete com uma trajetória específica das taxas de juro, depois da primeira descida dos juros em junho, como não era visto desde 2019. Assim, reduzir ou não as taxas de referência em setembro "é uma questão em aberto". 

Lagarde falava após a reunião do Conselho do BCE, que decidiu manter as taxas de juro inalteradas. "A decisão que tomámos foi unânime", começou por salientar a líder do BCE, que voltou a reiterar que tudo dependerá "dos dados que forem sendo recebidos reunião a reunião", pelo que "não está determinado um caminho para as taxas de juro".

Assim, a presidente da instituição sublinhou, quando questionada sobre o que acontecerá na reunião agendada para daqui a cerca de dois meses, que "a questão do que faremos em setembro está em aberto e depende dos dados" que forem sendo recebidos.  

A líder do BCE reiterou assim a ideia que está presente no comunicado referente à reunião desta quinta-feira, onde se pode ler que o Conselho do BCE "continuará a seguir uma abordagem dependente dos dados, e reunião a reunião, na definição do nível e da duração adequados da restritividade".

Lagarde recordou ainda o "o que tinha dito em Sintra", durante o Fórum BCE, e afirmou que esta "dependência dos dados" não significa "dependência da direção dos dados", apelando assim a uma interpretação sistemática de todos os números que forem sendo recebidos.

Entre estes dados está a inflação salarial, face a qual algumas estimativas indicam que poderá descer no próximo ano e em 2026. E se os salários subirem mais do que o previsto, afetando a inflação? A presidente do BCE colocou esta hipótese- ainda que até agora nada aponte nesse sentido - mas logo a seguir desdramatizou uma potencial situação deste género, explicando que se "estivermos errados", "seremos restritivos" na política monetário, podendo mesmo ser "mais restritivos se isso for necessário para conduzir a inflação para a nossa meta" dos 2%.  

"Vamos continuar a ser restritivos [em termos de política monetária] o necessário para atingir os 2%", referiu Lagarde, sublinhando que a inflação, que em junho se cifrou em 2,5%, ainda não está na meta do BCE.  Assim, é preciso olhar para "para todas a componentes de dados, medidas e indicadores nas próximas semanas e meses, será um processo", acrescentou. 

Por outro lado, a presidente da autoridade monetária sublinhou que estas palavras não são uma sugestão de que o ciclo de cortes "vai parar em setembro e de que não vamos continuar a olhar para a frente". No fundo, o que estas palavras de Lagarde querem dizer é que o banco central "vai continuar a receber muita informação até setembro", esclareceu. 

Atualmente, os preços dos "swaps" incorporam probabilidades de mais de 70% de cortes de juros na Zona Euro em setembro e dezembro de quase 30% em outubro. Na reunião desta quinta-feira nada mudou, pelos que a taxa de depósitos mantém-se assim em 3,75%, a aplicável às operações principais de refinanciamento permanece em 4,25% e a de cedência de liquidez em 4,5%.

(Notícia em atualização). 
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