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BCE deverá reduzir taxa diretora seis vezes até ao final de 2025 para 2,25%

Previsão de vários observadores de mercado aponta para seis reduções consecutivas de 0,25 pontos na taxa de depósito até ao final de 2025. Com a inflação em trajetória decrescente e a economia a abrandar, os analistas veem a taxa diretora a atingir os 2,25% em dezembro do próximo ano.

Wolfgang Rattay / Reuters
12 de Agosto de 2024 às 09:56
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Após ter iniciado um ciclo de descidas nas taxas de juro em junho, o Banco Central Europeu (BCE) deverá cortar a nova taxa de referência, a chamada taxa de juro de depósito (taxa depo), uma vez por trimestre até ao final do próximo ano. A conclusão é de um inquérito feito junto de vários analistas de mercado, que consideram que a taxa de depósito deverá atingir os 2,25% em dezembro de 2025.

O consenso dos analistas aponta para possibilidade de ser vir a assistir a seis reduções consecutivas de 0,25 pontos até ao final de 2025 na taxa de depósito. Essa taxa traduz o custo de financiamento dos bancos quando têm de depositar no BCE o ainda avultado excesso de liquidez e reservas e é vista pelos observadores do mercado como sendo a mais determinante no atual contexto da política monetária. 

Assim, os analistas entendem que o ciclo de descidas das taxas de juro deverá ser mais flexível e terminar mais cedo do que o previsto anteriormente. No último inquérito da Bloomberg, os inquiridos previam que a chegada da taxa de depósito aos 2,25% só seria atingida "no segundo trimestre de 2026".

De notar que a taxa de depósito atingiu um máximo histórico nos 4% até junho, mês em que foi anunciado o primeiro corte de juros por parte do BCE. Desde então, a taxa manteve-se nos 3,75%. A acompanhar essa descida, também as outras duas taxas do BCE desceram 0,25 pontos: a anterior taxa de juro principal, a chamada taxa de refinanciamento (taxa refi) passou para 4,25% e a taxa de cedência de liquidez caiu para 4,5%.

A explicar este maior otimismo está o facto de a inflação na Zona Euro estar já numa trajetória decrescente (apesar de alguns avanços e recuos) e de a economia estar a abrandar. Aliás, a maioria dos analistas ouvidos pela Bloomberg antecipam uma forte desaceleração da economia dos 20 países do euro, com a previsão de um ténue crescimento de apenas 0,1% este ano para a Alemanha.

Como maior economia do euro, a Alemanha tem sido um "peso morto" nas projeções de crescimento da Zona Euro. Estagnada praticamente desde 2017, a economia alemã foi uma das mais afetadas pelo corte com os combustíveis baratos da Rússia e está ainda a recuperar do abalo, não estando afastada a possibilidade de o país entrar em recessão ainda este ano.

No entanto, a presidente do BCE, Christine Lagarde, não se compromete com uma descida das taxas de juro já em setembro. Na última reunião, Christine Lagarde referiu que espera um "verão agitado" de indicadores sobre salários, margens de lucro e produtividade da Zona Euro para decidir a direção da política monetária.

A presidente do BCE tem ainda alertado que o caminho até se atingir a estabilidade de preços será "acidentado". Na Zona Euro, a inflação voltou a acelerar no último mês para 2,6%, depois de o banco central ter decidido manter as taxas de juro inalteradas em agosto. Um mês antes, o BCE tinha aprovado a primeira descida nas taxas de juro desde 2019 – a primeira no mandato da atual presidente.

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