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Sem surpresas em Frankfurt. BCE mantém juros inalterados, depois do corte em junho

Esta suspensão, depois de em junho ter sido deliberado o primeiro corte desde 2019, não foi uma surpresa para o mercado, que já antecipava que não houvesse mexidas. O banco central alerta que é "provável que a inflação global permaneça acima do objetivo ainda durante grande parte do próximo ano".

Kai Pfaffenbach/Reuters
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O Banco Central Europeu (BCE) decidiu deixar inalteradas as taxas de juro diretoras, depois de ter deliberado o primeiro corte desde 2019 no encontro de junho. Esta pausa não foi uma surpresa para o mercado, que já antecipava que não houvesse grandes mexidas nos juros diretores. 

A taxa de depósitos mantém-se assim em 3,75%, a aplicável às operações principais de refinanciamento permanece em 4,25% e a de cedência de liquidez em 4,5%.

No comunicado que dá conta desta decisão, o BCE recorda que "embora algumas medidas da inflação subjacente tenham subido um pouco em maio, devido a fatores pontuais, a maioria das medidas permaneceu estável ou desceu ligeiramente em junho". Além disso, e em linha com o que era esperado, "o impacto inflacionista do elevado crescimento dos salários foi atenuado pelos lucros", acrescenta a autoridade monetária. 

Ainda assim, o banco central alerta que "as pressões internas sobre os preços continuam a ser altas e a inflação dos preços dos serviços é elevada", sendo por isso "provável que a inflação global permaneça acima do objetivo ainda durante grande parte do próximo ano".


Já no que diz respeito ao futuro dos juros, e como já tinha sido antecipado pelos analistas, a instituição liderada por Christine Lagarde recusou-se a definir a trajetória das taxas de referência nos próximos tempos, afirmando apenas que "manterá as taxas de juro diretoras suficientemente restritivas enquanto for necessário".

O Conselho do BCE repete ainda o que já tem sido dito: "continuará a seguir uma abordagem dependente dos dados, e reunião a reunião, na definição do nível e da duração adequados da restritividade".

Entre estes dados conta-se "a avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da robustez da transmissão da política monetária". "O Conselho do BCE não se compromete previamente com uma trajetória de taxas específica", remata a instituição.

Programas de compra de ativos também sem mexidas

Assim como já tinha referido no comunicado referente à reunião de junho, o BCE volta a frisar que "a carteira do programa de compra de ativos (APP, na sigla em inglês) está a diminuir a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurosistema deixou de reinvestir os pagamentos de capital de títulos vincendos".

Além disso, atualmente já não são reinvestidos todos os pagamentos de capital de títulos vincendos adquiridos ao abrigo do PEPP, um programa de injeção de liquidez que surgiu depois da pandemia, estão em média a carteira do banco central a ser reduzida em "7,5 mil milhões de euros por mês".  Até ao fim de 2024, o BCE vai descontinuar os reinvestimentos no contexto do PEPP.

Paralelamente, a instituição assegura que "continuará a aplicar flexibilidade no reinvestimento dos reembolsos previstos no âmbito da carteira do PEPP, a fim de contrariar os riscos para o mecanismo de transmissão da política monetária relacionados com a pandemia".

Já no que diz respeito ao programa de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (na sigla inglesa TLTRO) - que permitiu aos bancos pedirem financiamento ao BCE de parte dos empréstimos concedidos a famílias e empresa –, o banco central explica que as instituições financeiras do bloco continuam a reembolsar estes montantes à autoridade monetária.

Asssim, de forma a garantir que estes reeembolsos estão a contribuir para a orientação da política monetária, o BCE diz que continua a avaliar "regularmente" estas operações.


(Notícia atualizada às 13:35)
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