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BCE avança com primeira descida de juros desde 2019. Corta taxas em 25 pontos base

O BCE decidiu cortar as taxas de juro em 25 pontos base, depois de um ciclo de aperto monetário que durava desde o verão de 2022. A deliberação tomada esta quinta-feira pelos governadores já era esperada pelo mercado.

Wolfgang Rattay / Reuters
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Os juros na Zona Euro vão descer pela primeira vez desde setembro de 2019. O Banco Central Europeu (BCE) deliberou esta quinta-feira cortar as três taxas de referência em 25 pontos base, em linha com o que era esperado pelo mercado, após dois anos de aperto monetário para travar a inflação na região.

A taxa de depósitos recua assim a partir de 12 de junho para 3,75%, a aplicável às operações principais de refinanciamento passa a 4,25% e a de cedência de liquidez cai para 4,5%, de acordo com o comunicado divulgado pela instituição.

A autoridade monetária liderada por Christine Lagarde acredita que "é agora apropriado moderar o nível de restritividade da política monetária, após as taxas de juro terem sido mantidas constantes durante nove meses".

A decisão é tomada tendo por base uma "avaliação atualizada das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária". Em concreto, o BCE recorda que desde setembro "a inflação desceu mais de 2,5 pontos percentuais e as perspetivas de inflação melhoraram significativamente".

Além disso,"a inflação subjacente também abrandou, reforçando os sinais de enfraquecimento das pressões sobre os preços, tendo as expectativas de inflação baixado em todos os horizontes". O índice de preços no consumidor cifrou-se em maio em 2,6%, ligeiramente acima da meta de 2% do banco central, mas longe do pico de 10,6% alcançado em outubro de 2022.

Este foi o primeiro corte de juros na Zona Euro desde setembro de 2019. Desde então, muito mudou. Nos últimos anos, a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde tem combatido o aumento da inflação, tendo desde julho de 2022, subido dez vezes os juros num total de 450 pontos base.

O banco central defende que a estratégia de política monetária que tem levado a cabo "manteve as condições de financiamento restritivas". "Ao atenuar a procura e manter as expectativas de inflação bem ancoradas, tal deu um contributo importante para a descida da inflação", acrescenta o BCE.


Olhando para o futuro, o BCE não se compromete com mais cortes e frisa que "está determinado a assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%".

Para o efeito, a autoridade monetária assegura que "manterá as taxas de juro diretoras suficientemente restritivas enquanto for necessário" e salienta que "não se compromete previamente com uma trajetória de taxas específica".

Além disso, o banco central repete o mantra das últimas reuniões e garante que "continuará a seguir uma abordagem dependente dos dados e reunião a reunião na definição do nível e da duração adequados da restritividade".

Estes indicadores estão sobretudo relacionados com "a avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da robustez da transmissão da política monetária".

Compra de dívida "continua a diminuir a um ritmo comedido"

No comunicado, a instituição liderada por Christine Lagarde dá ainda conta que a carteira do APP – um programa de compra de dívida lançado em 2015 – "está a diminuir a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurosistema deixou de reinvestir os pagamentos de capital de títulos vincendos".

Já no que diz respeito ao programa de compra de ativos lançado durante a pandemia (PEPP), o BCE assegura que "continuará a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos até ao final de junho de 2024". Depois, no segundo semestre do ano, "reduzirá a carteira do PEPP, em média, em 7,5 mil milhões de euros por mês".

"O conselho do BCE tenciona descontinuar os reinvestimentos no contexto do PEPP no final de 2024", salienta a autoridade monetária, que deixa ainda claro que vai manter" a flexibilidade no reinvestimento dos reembolsos previstos no âmbito da carteira do PEPP, a fim de contrariar os riscos para o mecanismo de transmissão da política monetária relacionados com a pandemia".

A nota do banco central deixa ainda uma palavra sobre os reembolsos que os bancos têm realizado junto da instituição, relativos aos empréstimos obtidos no contexto das operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (TLTRO).

O conselho do BCE indica que vai avaliar "regularmente a forma como estas operações e a continuação do reembolso das mesmas estão a contribuir para a orientação da política monetária".


(Notícia atualizada às 13:36 horas)
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