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BCE mais otimista que Bruxelas no PIB, mas revê inflação em alta para este ano e próximo

Apesar de ver progressos, o banco central antecipa agora níveis de inflação mais elevados, apontando para 2,5% de subida anual de preços da Zona Euro em 2024. Economia poderá crescer 0,9%.

Inflação subjacente na Zona Euro, que tem estado na mira do BCE, teve uma variação média anual de 4,9%. Valor compara com 3,5% em 2022.
Wolfgang Rattay/Reuters
06 de Junho de 2024 às 13:28
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Depois de ter excedido as expectativas do Banco Central Europeu (BCE) no primeiro trimestre, a economia da Zona Euro poderá crescer mais este ano, antecipa a autoridade monetária do euro, que avança nesta quinta-feira uma previsão de crescimento ligeiramente mais elevada do que aquela que, ainda no mês passado, foi divulgada pela Comissão Europeia.

O BCE espera agora uma subida de 0,9% no PIB da Zona Euro, numa revisão em alta face aos 0,6% de crescimento que antecipava em março, nas anteriores projeções. Já Bruxelas apontou para 0,8% de expansão, sem alterações, nas previsões de primavera recentemente conhecidas.

As novas projeções acompanham a decisão de política monetária que, hoje, tal como o esperado, concretiza o primeiro corte de taxas de juro de referência no euro no atual ciclo da política monetária, numa descida de 25 pontos-base nas três taxas do BCE.

Já para o próximo ano, a equipa económica do BCE espera 1,4% de crescimento, numa ligeira revisão em baixa dos 1,5% esperados há três meses. Apesar de 2026 dever marcar já a descida da inflação média anual para uma marca em linha com os 2% da meta da política monetária, as perspetivas para esse ano são pouco fortes nesta nova atualização de Frankfurt, que continua a antecipar um crescimento de apenas 1,6% nesse ano.

A revisão em alta na evolução prevista para as economias da Zona Euro neste ano ocorre depois de o grupo da moeda única ter alcançado uma subida no PIB de 0,3% no primeiro trimestre deste ano, superando a recessão leve sentida na segunda metade de 2023.

A melhoria é esperada ainda que o BCE volte atrás no maior otimismo de março quanto à evolução da inflação, com uma revisão em alta de previsão de variação média anual de preços na Zona Euro de 2,3% para 2,5% neste ano.

No comunicado desta quinta-feira, o banco central reconhece que "não obstante o progresso dos trimestres recentes, as pressões de preços domésticas permanecem fortes com a elevação do crescimento salarial" e admite que a "a inflação deverá ficar bastante acima da meta ao longo de boa parte do próximo ano".

A previsão de inflação para 2025 é também agravada, de 2% para 2,2%. Já para 2026 mantém-se a expectativa de 1,9%.

Segundo indicou a presidente do BCE, Christine Lagarde, em conferência de imprensa após a decisão, é esperado que a inflação flutue a longo deste ano em torno dos valores atuais. O índice total das variações de preços, recorde-se, acelerou em maio, de 2,4% para 2,6%. Também a inflação nos serviços voltou a acelerar, para 4,1%.

Estas evoluções não põem em larga medida em causa os pressupostos do BCE, que continua a ver a inflação de médio prazo alinhada com os objetivos (1,9% em 2026). Apesar disso, mantém-se a incerteza sobre o resultado das pressões de preços que subsistem.

Na evolução de salários, indicou Lagarde, a expetativa é que o crescimento flutue também em torno dos valores atuais (4,69% de subida no salários negociados em contratação coletiva no primeiro trimestre), mas moderando depois ao longo do ano. Para já, mantém a autoridade monetária, as empresas continuam a acomodar as subidas nas margens de lucro.



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