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Renegociação da dívida da Oi salva, para já, pequenos investidores

Na dívida de retalho da Oi estão, entre outros, pequenos investidores que participaram na emissão realizada pela antiga Portugal Telecom no Verão de 2012.

Bloomberg
25 de Maio de 2016 às 00:01
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A Oi arrancou as negociações com os credores de dívida, mas a renegociação deverá deixar de parte os investidores de retalho. Luís Palha da Silva, o "chairman" da Pharol, que detém indirectamente 27,5% do capital da operadora brasileira, revelou que estes credores não fazem parte das actuais conversações. Mas não "sabe o que pode acontecer todos os dias".

Palha da Silva preferiu não dar muitos pormenores sobre as actuais conversações entre a Oi e a Moelis, representante dos credores da operadora brasileira. Até porque "não sei o que possa acontecer todos os dias. E as coisas estão a acontecer muito rápido", mas, à partida, as obrigações para o retalho deverão ficar de fora.

No final da assembleia geral de accionistas, questionado sobre a abrangência das obrigações para o retalho nestas negociações, o "chairman" da Pharol acrescentou que não pode "de maneira nenhuma estar a falar sobre uns temas sem falar sobre os outros. E é nossa obrigação tratar dos assuntos como um todo". Por isso, o gestor adiantou apenas que "esse tal consultor (Moelis) não tem abrangido na sua acção nenhuma negociação especial à volta das obrigações do retalho".

Na dívida de retalho da Oi estão, entre outros, pequenos investidores que participaram na emissão realizada pela antiga Portugal Telecom no Verão de 2012. Num período marcado por forte turbulência nos mercados financeiros, a incapacidade de as empresas realizarem operações de financiamento no mercado levou-as a apostarem na poupança dos pequenos investidores. A PT avançou, então, com uma emissão de 400 milhões de euros em títulos com uma maturidade a quatro anos que devem ser reembolsados no final de Julho.

Peso da dívida

Luís Palha da Silva, o responsável da ex-PT SGPS sublinhou que ainda não está em curso um processo concreto de renegociação de dívida. Há apenas conversações no sentido de tentar aliviar o fardo da dívida da Oi. A dívida líquida, a grande dor de cabeça da empresa, subiu 25,5% no final de Março para 40,8 mil milhões de reais (10,2 mil milhões de euros).

Questionado sobre a actual situação financeira da Oi, onde detêm uma participação indirecta de 27,5%, Palha da Silva mostrou-se optimista: "A Oi é uma empresa com grande dimensão, não é abalada com grandes problemas. Está a ser abalada nos seus resultados mas na sua capacidade de sobrevivência penso que não".

Dividendos chegam a 9 de Junho A Pharol surpreendeu ao anunciar que vai distribuir dividendos aos accionistas. E prevê começar a entregar a remuneração aos investidores a partir de 9 de Junho, disse Luís Palha da Silva, o "chairman", à saída da assembleia geral de accionistas. No final do dia, em comunicado enviado à CMVM, a empresa confirmou o dia de arranque do pagamento do dividendo, com os títulos a deixarem de negociar com essa remuneração a 7 de Junho. A Pharol anunciou recentemente que ia distribuir um dividendo de três cêntimos por acção, relativo ao exercício de 2015. A empresa vai entregar aos accionistas um montante global de 25,9 milhões de euros, isto depois de um ano em que registou resultados líquidos negativos no valor de 693,8 milhões de euros.
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