Notícia
Oi propôs comprar dívida de retalho da PT a desconto
Contrariamente às obrigações para institucionais, que seriam convertidas em capital, proposta da Oi era comprar dívida de retalho da PT a desconto.
As obrigações de retalho emitidas pela Portugal Telecom em 2012 foram incluídas nas negociações entre a Oi e os credores. No entanto, a empresa brasileira propôs um tratamento diferenciado a estes títulos. Se no caso dos institucionais, a proposta da Oi era de trocar as obrigações por capital, para o retalho a solução era fazer uma operação de recompra a desconto, ou seja, com um preço abaixo do valor nominal das obrigações.
Segundo o documento divulgado esta sexta-feira pela Oi com os termos da proposta ao grupo que representam os credores, o motivo pelo qual os títulos de retalho não poderiam ter o mesmo tratamento estavam relacionados com a regulação. "Devido ao estatuto de retalho destas obrigações e às regulações da CMVM, estas obrigações não podem ser incluídas de forma atempada na oferta de troca", referiu a companhia naquele documento.
Para contornar essa situação, a Oi teve discussões com a CMVM sobre a possibilidade de lançar uma oferta de recompra a desconto. O objectivo da empresa era de, em simultâneo com a oferta de troca de obrigações por acções, efectuar a operação de recompra a um preço abaixo do par.
Em 2012 a antiga Portugal Telecom financiou-se em 400 milhões de euros junto do retalho com uma taxa de juro de 6,25%, com esses títulos a transitarem para a responsabilidade da Oi. Após recompras feitas no passado, estão ainda por amortizar cerca de 230 milhões de euros, que atingem a maturidade a 26 de Julho.
Apesar desta proposta da Oi, feita antes da saída de Bayard Gontijo, ainda não houver decisões sobre a reestruturação da dívida. Após o plano apresentado pela empresa brasileira ao grupo de credores no início do mês, este fez uma contraproposta que não obteve ainda resposta da Oi. A empresa admite que embora as negociações "continuem no futuro, não é possível assegurar que as negociações continuarão ou, caso continuem, que as mesmas irão resultar em um acordo com relação aos termos de uma transacção".