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Portugal emite 1.250 milhões de euros com juros cada vez mais próximos de zero

O leilão de bilhetes do Tesouro a três meses foi concluído com uma taxa de juro de 0,007%. O valor mais baixo de sempre, tal como na linha a 11 meses: 0,015%. O montante colocado foi o máximo previsto aquando do anúncio da operação.

Bruno Simão/Negócios
15 de Abril de 2015 às 10:46
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Portugal emitiu um total de 1.250 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT). No duplo leilão realizado esta quarta-feira, 15 de Abril, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) conseguiu obter a taxa de juro mais baixa de sempre em ambas as maturidades. Ficaram muito próximas de zero.

 

O IGCP colocou 300 milhões de euros em BT a três meses, tendo pago uma taxa de juro média de 0,007%. Um prémio que, além de ser inferior ao registado no último leilão equivalente em Janeiro (0,061%), é o mais baixo de sempre, em todas as operações realizadas por Portugal.

 

A contribuir para esta tendência esteve a cada vez maior procura por dívida portuguesa. A licitação dos investidores por estes títulos ascendeu a 1.385 milhões de euros, excedendo a oferta em 4,62 vezes. Isto quando, em Janeiro, o rácio da procura face à oferta ficou-se pelas 4,26 vezes.

 

Já na linha de BT com maturidade a 11 meses, o instituto liderado por Cristina Casalinho (na foto) colocou um total de 950 milhões de euros. A taxa de juro média registada ficou-se pelos 0,015%, cerca de um décimo da registada na última operação equivalente, também em Janeiro: 0,138%.

 

Tal como na linha a três meses, esta é a mais baixa taxa de juro alguma vez conseguida por Portugal em leilões de títulos a 11 meses. Um resultado que surge apesar da menor procura. Para esta linha, os investidores procuraram 1.680 milhões de euros, o que excede a oferta em 1,68 vezes, abaixo do rácio de 2,0 vezes registado na operação de Janeiro.

 

Feitas as contas, o IGCP colocou no mercado esta quarta-feira 1.250 milhões de euros em BT. Um valor que corresponde ao montante máximo indicativo, apresentado aquando do anúncio do leilão.

 

"Continuamos a bater recordes. Estas taxas são, novamente, mínimos históricos, com Portugal a beneficiar largamente do plano de compra de dívida por parte do BCE", atira Filipe Silva. O director de gestão de activos do Banco Carregosa nota que "o país está a conseguir financiar-se a taxas muito próximas do zero, o que  são sempre boas notícias para as finanças públicas".

 

Estas operações surgem num dia em que os BT negoceiam em alta no mercado secundário. Na maturidade a três meses, os títulos sobem de 0,0098% para 0,0198%, ou seja, avançam um ponto base. Já na linha a 11 meses, os BT negoceiam nos 0,0188%, mais 1,3 pontos base que os 0,0056% registados no fecho da última sessão.

 

Já no mercado de obrigações, os títulos nacionais estão em queda, depois das subidas generalizadas da última sessão na Europa. A taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos recuam 1,4 pontos base para 1,744%, ao passo que a linha a dois anos cai 1,4 pontos base para 0,005%. 

 

(Notícia actualizada às 11h12, com mais informação)

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