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Portugal financiou-se em 2018 ao custo mais baixo de sempre

O custo da dívida emitida pelo Estado português este ano desceu para 1,8%, o que representa a taxa média mais baixa de sempre.

27 de Dezembro de 2018 às 13:13
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Portugal voltou este ano a conseguir baixar os seus custos de financiamento, sendo que a taxa média da nova dívida emitida entre Janeiro e Novembro deste ano situou-se em 1,8%, o que corresponde ao nível mais reduzido de sempre.

 

Os dados constam do Boletim Mensal de Dezembro da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) e dizem respeito ao custo da dívida directa do Estado, o que engloba o custo médio dos Bilhetes do Tesouro (BT), Obrigações do Tesouro (OT), Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) e MTN emitidos no ano correspondente, ponderado pelo montante e maturidade.

 

Esta taxa média do custo da nova dívida tem vindo a baixar ao longo de 2018. No primeiro semestre situava-se em 2%, no acumulado dos 10 primeiros meses baixou para 1,9% e juntando Novembro baixou mais uma décima.

 

Comparando com o registado nos anos anteriores observa-se uma trajectória descendente. O pico foi atingido em 2011, ano em que Portugal ficou sem acesso ao mercado de financiamento internacional e solicitou assistência externa. Nesse ano a taxa atingiu 5,8%, baixando até aos 3,6% em 2014, no último ano em que a troika esteve em Portugal. Desde então a taxa manteve a tendência de descida, mas só este ano se encontra abaixo da fasquia dos 2%.

 

A descida das taxas de juro que os investidores exigiram para comprar dívida emitida por Portugal, bem como os reembolsos ao FMI, tem contribuído de forma notória para baixar os custos de todo o stock da dívida de Portugal. Em 2017 estava em 3%, naquele que foi o terceiro ano consecutivo de descidas e compara com os 4,1% registados em 2011.

 

O IGCP não adianta ainda os valores de 2018, mas segundo dados da Comissão Europeia o custo do "stock" da dívida rondará os 2,87% este ano, o que de acordo com o Dinheiro Vivo será o terceiro custo de financiamento mais elevado entre todos os países da Zona Euro.

 

Este custo ainda elevado está relacionado com as taxas registadas em emissões de dívida mais antigas, já que o custo do empréstimo da troika tem um custo médio inferior: 2,5%. E as emissões de dívida recentes têm sido efectuadas com taxas abaixo de 2%.

 

Segundo o IGCP, do empréstimo total de 76,5 mil milhões de euros que Portugal recebeu da troika, ainda deve 56,3 mil milhões de euros: 24,3 mil milhões de euros ao EFSM, 27,3 mil milhões de euros EFSF e 4,7 mil milhões de euros ao FMI (que será saldado até ao final do ano).

 

A dívida directa do Estado ascendia a 247 mil milhões de euros em Novembro deste ano, sendo que 23% deste total corresponde ao empréstimo da troika. O montante emitido em OT e BT representa mais de metade, sendo a primeira vez que tal acontece desde 2011. Já o peso do retalho mantém-se em 11%.

 

Quanto aos titulares da dívida portuguesa, nota apenas para o reforço dos estrangeiros de 34% para 35%.


 

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