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IGCP obtém 1,75 mil milhões com taxas de juro ainda mais negativas

Portugal continua a financiar-se no curto prazo com taxas de juro negativas. A "yield" na emissão de BT a seis meses foi a mais baixa desde março e na BT a 12 meses a taxa foi a mais reduzida desde abril.

Pedro Elias
16 de Janeiro de 2019 às 10:50
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A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realizou esta manhã dois leilões das linhas de bilhetes do Tesouro (BT) com maturidade em cerca de seis meses e um ano, tendo conseguido um encaixe de 1,75 mil milhões de euros, o que corresponde ao limite máximo do intervalo pré-definido e taxas ainda mais negativas do que nos leilões anteriores.

 

Na emissão de títulos a seis meses (19 de julho de 2019) a "yield" ficou em -0,399% e foram colocados 500 milhões de euros. Nos títulos de maturidade mais longa (17 de janeiro de 2020), a taxa ficou em -0,36% e foram colocados 1,25 mil milhões de euros. O objetivo do IGCP passava por encaixar entre 1.500 milhões e 1.750 milhões de euros.

 

Este foi o primeiro leilão de dívida de curto prazo do ano. No último de 2018, o IGCP colocou BT a seis meses com uma taxa de -0,369% e a 12 meses com uma taxa de -0,327%, não tendo angariado o montante máximo previsto.

A taxa do BT a seis meses é a mais baixa desde o leilão realizado a 21 de março do ano passado (-0,424%). Já nos BT a 12 meses a taxa é a mais baixa desde o mínimo registado a 18 de abril (-0,389%).

A instituição liderada por Cristina Casalinho (na foto) voltou assim a baixar o seu custo de financiamento, conseguindo taxas de juro ainda mais negativas. Comparando com o leilão de 21 de novembro a procura foi menos robusta. Superou duas vezes a oferta nas BT seis meses (2,63 vezes no leilão anterior) e 1,82 vezes nas BT 12 meses (2,64 vezes em novembro).

"Apesar da procura ter sido inferior às colocações anteriores, de realçar a diminuição das yields, a 6 meses para quase -0,4%, taxa que o BCE paga pelos depósitos, e a 12 meses de -0,327% para -0,36%", diz Filipe Silva, do Banco Carregosa, realçando que este resultado "demonstra a confiança no mercado de dívida portuguesa, na economia nacional e num abrandamento da inversão da política monetária do BCE para contracionista".


O facto de Portugal estar a financiar-se com taxas de juro ainda mais negativas no prazo a 12 meses mostra que o mercado está a incorporar que não será tão cedo que o Banco Central Europeu vai subir as taxas de juro. Isto porque os sinais de abrandamento da economia europeia deverão levar a instituição liderada por Mario Draghi a manter uma política monetária ultra-acomodatícia. 

O IGCP realizou uma emissão sindicada de dívida a 10 anos no início do ano, colocando 4 mil milhões de euros com uma taxa de juro inferior a 2%. 

(notícia atualizada às 12:40 com comentário de analista do Banco Carregosa) 

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