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"Empresas estão a mudar o mindset e a olhar para o colaborador", diz António Marto
Presidente da Associação Fórum Turismo e responsável pela Bolsa de Empregabilidade diz ao Negócios que as empresas estão a começar a olhar para os trabalhadores como formas de expandir as suas marcas junto dos clientes.
A Bolsa de Empregabilidade em Lisboa superou todas as expectativas, tanto de adesão quanto de procura. Numa altura em que o turismo está no foco dos motores económicos de Portugal, a feira, que se realizou na sala Tejo do Meo Arena, juntou mais de 100 entidades, entre empresas, associações e escolas, e 3.500 candidatos para iniciar serviço e está a retirar algum foco do cliente.
Segundo nos conta António Marto, presidente da Associação Fórum Turismo, responsável pela Bolsa de Empregabilidade, esta é uma mostra para "quem procura oportunidades", sejam diretamente de escolas ou de pessoas que estão inscritas no IEFP.
"Juntamos sempre dois ingredientes na feira: ótica de identificação e oportunidade de estágio ao longo da carreira formativa e também quem esteja pronto a ingressar no mercado de trabalho", assume António Marto. Essa é também a mesma visão para as empresas, uma vez que há quem procure estágios e outros de preencher vagas.
Presidente da Associação Fórum Turismo
"Dentro da lógica dos trabalhadores, temos o nacional, internacional, sénior, desempregado de curta duração...". Abrindo a porta à procura por parte de cidadãos estrangeiros, António Marto olha para a iniciativa do Governo em formar.
"Acho que são tudo boas iniciativas. É preciso qualificar estas pessoas, prepará-las para entrarem no mercado de trabalho de forma a terem e darem uma boa experiência, seja para a colaborarem com os seus colegas ou para dar uma resposta aos turistas", elogia.
"Quanto maior for o nível de qualificação do colaborador, melhor é a satisfação do turismo. A linha final vem sempre da satisfação do turismo".
Por isso mesmo, o presidente da Associação Fórum Turismo diz ao Negócios que a ideia do Turismo de Portugal é "excelente" e que "vem suprimir as necessidades das empresas com a força de trabalho". Para António Marto deveriam existir mais ações deste género. "Seria melhor para o país, para a capacidade do turismo melhor receber os turistas...".
Também o feedback ao longo da Bolsa de Empregabilidade, que se iniciou em 2006, tem sido bastante positivo. "A melhor indicação que temos é a repetição das empresas ao longo dos anos. Temos empresas que estão connosco desde que começámos", afirma.
E mais: "as empresas fazem-se valer dos exemplos internos que contrataram na Bolsa de Empregabilidade, também para inspirar o público que as visita".
Neste momento, as empresas focadas em hotelaria e restauração estão a olhar para os trabalhadores como forma de destaque e isso tem-se visto na competitividade entre si e nas regalias que vão oferecendo.
"Antes, as empresas lutavam imenso para serem reconhecidas junto dos clientes. Era tudo o que pensavam. Hoje já começaram a mudar o mindset e a olhar para o colaborador", aponta António Marto.
O responsável lembra que são os trabalhadores que dão a cara da empresa junto dos clientes. "O colaborador garante que o cliente é bem tratado e que lhe dá uma boa experiência em pequenas coisas".
Mesmo com o setor a empregar mais de 400 mil pessoas, "estima-se que haja carência de 40 mil trabalhadores", ainda fruto das consequências da pandemia.
Contudo, é preciso olhar para o setor como um todo e não apenas para os grandes centros urbanos como Lisboa e Porto. "Temos de olhar para todo o território e não ficarmos limitados a uma área, mesmo para as ilhas. Há todo um leque de oportunidades, mas também é preciso existirem garantias para os colaboradores".