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Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem para máximos de cinco meses em dia de fraca liquidez
Os juros da dívida portuguesa a dez anos estão a subir mais de 40 pontos base para negociarem em máximos de Dezembro do ano passado. A tendência de agravamento estende-se à generalidade dos países europeus, mas é Portugal quem lidera as subidas.
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Os juros da dívida portuguesa estão a negociar em alta esta segunda-feira, 25 de Maio, um dia de fraca liquidez no mercado. As bolsas da Alemanha, Reino Unido e Suíça estão fechadas devido a feriados nacionais e, nos Estados Unidos, os mercados financeiros estarão encerrados em virtude da comemoração do "Memorial Day".
A 'yield' associada à dívida portuguesa a cinco anos sobe 0,8 pontos base para 1,101% enquanto os juros associados às obrigações a dez anos disparam 42,6 pontos base para 2,855%, o valor mais elevado desde o dia 18 de Dezembro, ou seja dos últimos cinco meses.
Com a subida das 'yields' também a percepção de risco de Portugal está a aumentar. Quer isto dizer que o prémio de risco que os investidores estão a exigir para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã (o chamado "spread") está mais alto, aumentando esta segunda-feira para 219,2 pontos base, o que representa o valor mais elevado desde o início de Fevereiro.
A tendência de agravamento dos juros estende-se pela generalidade dos países do euro, embora Portugal se destaque nas subidas.
Em Itália, os juros da dívida a dez anos sobem 1,1 pontos base para 1,868% enquanto em Espanha, para o mesmo prazo, o avanço é de 5,7 pontos base para 1,839%, depois de terem sido conhecidos os resultados das eleições municipais e autonómicas. O Partido Popular (PP) de Mariano Rajoy foi o partido mais votado a nível nacional, mas com um resultado menos expressivo do que em 2011.
Na Alemanha, os juros da dívida a dez anos sobem ligeiros 0,3 pontos base para 0,607%, e na Grécia agravam-se em 7,8 pontos base para 11,514%. Isto depois de o ministro do Interior grego ter admitido que o país poderá não conseguir cumprir as suas obrigações com os credores. Nikos Vutsis sinalizou que Atenas não vai conseguir reembolsar o FMI em 1,6 mil milhões de euros em Junho por os cofres gregos estarem vazios.
"O dinheiro não vai ser dado, porque não está lá", disse em entrevista à estação grega Mega TV. "Não vamos aceitar ser chantageados ao dizerem-nos para escolher entre um resgate ou a bancarrota", sublinhou.