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Juros da dívida aliviam pela segunda sessão e voltam à fasquia dos 3,5% a dez anos

Depois de terem superado os 4,5% pela primeira vez desde Março de 2014, os juros da dívida portuguesa a dez anos regressaram aos 3,5%, numa sessão marcada pelo alívio das 'yields' na generalidade dos países do euro.

15 de Fevereiro de 2016 às 18:01
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Os juros da dívida pública portuguesa aliviaram esta segunda-feira, 15 de Fevereiro, pela segunda sessão consecutiva, acompanhando a tendência da generalidade dos países do euro.

A ‘yield’ associada às obrigações portuguesas a dez anos caiu 19,8 pontos base para 3,536%, depois de, na passada quinta-feira, ter superado a barreira dos 4,5% pela primeira vez desde Março de 2014. Já os juros da dívida a cinco anos desceram 19,5 pontos base para 2,430%.

Além dos juros, também a percepção de risco da dívida portuguesa – medida pela comparação com a dívida alemã – desceu neste arranque de semana.  

Quer isto dizer que o prémio de risco que os investidores estão a exigir para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã (o chamado "spread") está mais baixo. Desceu 18,3 pontos para se fixar nos 324,4, depois de ter atingido na quinta-feira passada o valor mais alto desde Janeiro de 2014 (387 pontos), quando a troika ainda estava em Portugal.   

A descida do spread explica-se pelo facto de os juros da dívida alemã terem caído menos do que os da dívida portuguesa. Enquanto em Portugal a ‘yield’ da dívida de referência desceu mais de 19 pontos base, na Alemanha a queda foi de apenas 2,4 pontos para 0,237%.

 

O alívio no mercado de dívida foi mais expressivo nos países da chamada periferia do euro. Em Espanha, os juros da dívida a dez anos caíram 3,9 pontos para 1,699%, em Itália desceram 4,9 pontos para 1,601% e na Grécia afundaram 19,9 pontos para 11,317%, num dia em que o presidente do BCE, Mario Draghi, reiterou que os estímulos monetários da autoridade monetária poderão vir a ser reforçados em Março.

 

"No que diz respeito à periferia, penso que é uma posição relativamente segura em termos da rentabilidade adicional que se pode ter face aos títulos dos países do núcleo do euro", referiu Andrew Bosomworth, da Pimco, em declarações à Bloomberg. "Nós mantemos a mesma posição, e eu veria as subidas dos últimos dias e semanas mais como uma oportunidade do que como um motivo para premir o botão de pânico".

 

Ainda assim, o Morgan Stanley veio esta segunda-feira juntar-se à lista de bancos de investimento que estão a recomendar aos clientes que tenham uma posição defensiva na aposta na dívida portuguesa.

 

Numa nota citada pela Bloomberg, o banco norte-americano recomenda aos clientes que permaneçam com cautela nas obrigações do Tesouro, citando, entre outros factores, preocupações em torno do "rating" de Portugal, a elevada volatilidade e a fraca liquidez no mercado português.

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