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Juros caem em toda a Europa a beneficiar das compras do BCE

As taxas de juro implícitas nas obrigações europeias estão a descer um pouco em todos os mercados a beneficiar das indicações deixadas por um responsável do BCE. Além disso o alívio de pressão sobre Atenas também está a contribuir para este comportamento.

Bloomberg
19 de Maio de 2015 às 09:59
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A taxa de juro implícita nas obrigações portuguesas a 10 anos está a descer 12,4 pontos base para 2,291%, seguindo a mesma tendência da dívida espanhola, cuja "yield" está a cair 12,3 pontos para 1,709%, bem como a italiana e a francesa. Mesmo a alemã está a verificar quedas de 8,6 pontos para 0,563% no prazo a 10 anos.

 

Estas descidas surgem no dia em que Benoit Coeure, membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), admitiu que a autoridade monetária pode acelerar a compra de activos, isto depois de ontem ter feito o balanço e revelado que o BCE voltou a aumentar o ritmo das compras de activos na última semana. 

O banco central adquiriu 16,783 mil milhões de euros em títulos de dívida, no âmbito dos três programas de compras de activos, mais do que os 16,601 mil milhões registados no período anterior. No total, a instituição já usou mais de 200 mil milhões de euros.

 

Esta terça-feira, 19 de Maio, Benoit Coeure afirmou que "o aumento das compras de activos que os analistas vão assistir nas próximas semanas nada tem a ver com a recente volatilidade dos mercados". O banco central vai acelerar a compra de activos durante Maio e Junho para assegurar a tradicional baixa liquidez, que caracteriza os meses de verão, assegurou Benoit Coeure. "Se necessário, este aumento será equilibrado com uma redução em Setembro, quando a liquidez volta, novamente, a aumentar", acrescentou. 

A moeda única europeia está a acumular uma queda superior a 7% desde o início do ano, num período marcado pela injecção de liquidez recorde por parte do BCE, através da compra de activos, e pelo aumento da expectativa de subida de juros nos Estados Unidos. Este último factor tem diminuído a sua pressão já que os indicadores económicos que têm sido divulgados apontam para que a economia norte-americana esteja a revelar dificuldades em se recuperar de forma efectiva, o que tem afastado a expectativa de subida de juros por parte da Reserva Federal dos EUA por mais tempo. 

 

A contribuir para a queda das taxas de juro está também o alívio de pressão em torno da Grécia. E prova disso é a descida das taxas de juro gregas nos prazos mais curtos. A dois anos a queda é de 144,2 pontos para 22,55%, depois de ontem terem disparado devido às notícias que davam conta de que os bancos podem ficar sem colaterais para se financiarem junto do BCE. Se assim for, a banca grega não terá acesso a financiamento e entrará em ruptura.

No prazo a quatro anos os juros também estão a descer 52,6 pontos para 16,148%. Enquanto no prazo a 10 anos a tendência é de subida, com a "yield" a subir 5,4 pontos para 11,380%, numa altura em que ainda se aguarda que Atenas e Bruxelas cheguem a um acordo. 

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