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BCP paga 4,5% para emitir dívida subordinada a 10 anos
O BCP está esta quarta-feira no mercado a emitir dívida subordinada a 10 anos, numa operação que está a ser boicotada por grandes fundos internacionais.
O BCP vai pagar uma taxa de cupão de 4,5% para colocar 300 milhões de euros em dívida subordinada a 10 anos, de acordo com os termos finais da opeeração, que estão a ser avançados pela Bloomberg.
O "initial pricing talks" (IPT), segundo a agência de notícias, iniciou no intervalo entre 4,75% e 5%, tendo baixado pouco depois para 4,5/4,75%. A Bloomberg dá agora conta que os termos finais da operação foram já fechados, tendo a taxa de juro sido ficada em 4,5%.
Quanto à procura, situa-se já acima dos 900 milhões de euros, um valor que supera em mais de três vezes a oferta.
Na semana passada o banco liderado por Nuno Amado tinha anunciado que iria realizar um "road show" com investidores qualificados europeus, a partir desta segunda-feira, para realizar uma emissão de títulos de dívida subordinados.
A emissão de dívida subordinada não é comparável com outras emissões de dívida sénior, uma vez que estes títulos têm um maior risco.
Os títulos têm uma maturidade de 10 anos, com possibilidade de reembolso antecipado no final do quinto ano, "que se pretende que venha a preencher os requisitos regulamentares para poder ser classificada como instrumento de fundos próprios de nível 2".
A Goldman Sachs International, o Millennium BCP, a SG CIB e a UBS Investment Bank são os bancos responsáveis pela emissão, que servirá para reforçar o rácio de capital suplementar Tier 2 do BCP.
A última emissão de dívida que o BCP fez foi hipotecária, e ocorreu em Maio. Na altura o banco colocou mil milhões de euros em obrigações hipotecárias junto de investidores institucionais. A procura ascendeu a 1.800 milhões de euros.
A emissão desta quarta-feira não conta a participação de vários grandes gestoras de activos internacionais, o que tendo em conta a procura já registada, não estará a penalizar o interesse dos restantes investidores. A Attestor Capital, BlackRock, CQS, Pimco, River Birch Capital e York Capital decidiram boicotar a operação, devido à retransmissão de obrigações do Novo Banco para o BES "mau".
"Não vamos participar nesta emissão. Todos decidimos que os riscos associados a investir activamente em dívida pública ou privada de Portugal são proibitivos, já que o Banco de Portugal ainda não resolveu a retransmissão ilegal e discriminatória das obrigações do Novo Banco para o BES em 2015", indicou o porta-voz de todas essas entidades em e-mail enviado na terça-feira às redacções.