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Fecho dos mercados: Yellen trava bolsas e pressiona dólar. Juros estáveis antes de discurso de Draghi

Janet Yellen não deu pistas sobre a evolução das taxas de juro nos EUA, no discurso que fez esta sexta-feira em Jackson Hole. E alertou para a necessidade de não se esquecer as lições da crise financeira. As bolsas refrearam o entusiasmo e o dólar ficou sob pressão. O mercado aguarda agora pelas palavras de Mario Draghi.

Bloomberg
25 de Agosto de 2017 às 17:21
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Os mercados em números

PSI-20 perdeu 0,58% para 5.165,92 pontos

Stoxx 600 desceu 0,12% para 374,07 pontos

S&P 500 ganha 0,24% para 2.444,73 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 0,3 pontos base para 2,87%

Euro ganha 0,65% para 1,1876 dólares

Petróleo sobe 0,35% para 52,22 dólares, em Londres

Yellen refreia entusiasmo nas bolsas

O índice europeu Stoxx 600 até negociava com uma subida de 0,45% antes de Janet Yellen discursar na conferência de Jackson Hole. Mas a expressão utilizada pela presidente da Reserva Federal dos EUA de que, mais cedo ou mais tarde existiram riscos de optimismo excessivo, travou os ganhos. O índice europeu encerrou a sessão com uma queda de 0,12%, pressionado sobretudo pelas descidas de mais de 1% do sector do retalho e de 0,50% das cotadas ligadas ao imobiliário.

Nos EUA, o índice tecnológico Nasdaq passou de ganhos de 0,60% para uma descida de 0,04%. E o S&P 500 refreou a subida para 0,24%. Esteve a ganhar esta sessão mais de 0,60%. A segurar as bolsas americanas estão os sectores automóvel, da aviação e as petrolíferas.

O PSI-20 teve um desempenho pior que os pares. O índice perdeu 0,58% para 5.165,92 pontos, o valor de fecho mais baixo desde 11 de Julho. A pressionar a bolsa nacional esta sexta-feira estiveram sobretudo o BCP e a EDP, com descidas de 1,83% e 0,92%, respectivamente.

Juros estáveis antes de discurso de Draghi

As taxas das obrigações soberanas europeias não tiveram grandes oscilações, com os investidores a aguardar as palavras de Mario Draghi na conferência de Jackson Hole. O presidente do BCE discursa às 20 horas desta sexta-feira e o mercado espera para ver se Draghi dará pistas sobre o processo de retirada dos estímulos.

A dívida portuguesa teve um desempenho estável. A taxa a dez anos teve uma subida ligeira de 0,3 pontos base para 2,87%. O prémio de risco face à Alemanha estabilizou em 249 pontos base. A taxa espanhola subiu um ponto base para 1,609%. E os juros italianos aliviaram 1,1 pontos base para 2,101%.

Euribor inalteradas nos principais prazos

As Euribor não registaram alterações esta sexta-feira. A taxa a três meses permaneceu em -0,329%. O indexante a seis meses, o mais utilizado no crédito à habitação, voltou a ser fixado em -0,272%. A Euribor a nove meses continua em -0,212%. E a taxa a 12 meses também não sofreu alterações, mantendo-se em -0,159%.

Dólar desce após silêncio de Yellen sobre subida dos juros

O índice que mede a força do dólar face às outras dez principais divisas mundiais desce 0,50%. A nota verde perdeu força após o discurso de Janet Yellen na conferência de Jackso Hole. Ao longo da semana, o mercado foi criando a expectativa de que a presidente da Reserva Federal dos EUA pudesse dar pistas sobre mais subidas de taxas de juro. Mas Janet Yellen não se focou no futuro da política monetária, abordando temas relacionados com a regulação e a estabilidade dos mercados financeiros.

A nota verde perde também valor face à moeda única. O euro sobe 0,65% para 1,1876 dólares. No foco dos mercados está agora o discurso de Mario Draghi, especialmente se o presidente do BCE fará referências ao valor da taxa de câmbio.

Furacão Harvey puxa pelos preços do petróleo

Os preços do petróleo sobem, com os investidores receosos sobre os efeitos que o furacão Harvey poderá ter na actividade das refinarias no Texas. Algumas plataformas petrolíferas já suspenderam mesmo a actividade. O Brent sobe 0,35% para 52,22 dólares. E o West Texas Intermediate ganha 0,48% para 47,66 dólares. Apesar desta recuperação, o Brent prepara-se para encerrar a semana com uma queda de 1%.

Ouro inverte para ganhos

Se o discurso de Yellen pressionou o dólar, serviu para dar mais brilho ao ouro. O metal precioso negociava em terreno negativo antes das palavras da presidente da Reserva Federal dos EUA. Mas a ausência de referências a mais subidas de taxas de juro retirou pressão ao ouro. A onça de "troy" sobe 0,41% para 1.291,71 dólares.

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